Reinaldo Ricchi Jr
A ideia de “cidade inteligente” (smart city) foi proposta pela primeira vez na década de 1990, para descrever projetos de infraestrutura em cidades com índices econômicos elevados. Esses projetos estavam fundamentados nas tecnologias da informação e da comunicação, que contribuíram para o desenvolvimento da Internet. Alguns aspectos dessa revolução estão relacionados à conectividade, através da utilização de dispositivos como os sensores, que são muito utilizados nas cidades inteligentes [1].
A conectividade é uma palavra fundamental para entender grande parte das inovações do nosso tempo. Nas cidades, ela permite a transmissão on-line das imagens captadas por câmeras de segurança, por exemplo. Permite, também, a realização de projetos educacionais que estimulem o desenvolvimento de uma visão inovadora mais ampla nos gestores públicos, professores e alunos. Essa visão é o foco das empresas conhecidas como gigantes da tecnologia, que todo ano investem bilhões de dólares em projetos educacionais de grande impacto.
No amplo contexto das tecnologias do Século 21, as cidades são consideradas estratégicas, pois são nelas que muitas inovações são concretamente aplicadas. Além disso, o aumento da urbanização está sendo observado em muitas regiões, e esse fenômeno também exerce impacto direto no desenvolvimento de novas tecnologias. Também na área da gestão pública as inovações podem auxiliar na otimização dos trabalhos, através do chamado governo eletrônico (e–government) [1]. Na verdade, a ideia de cidade inteligente vai muito além da aplicação das tecnologias para o desenvolvimento das cidades. Ela está se expandindo para diversos setores da sociedade, pois contém em si uma visão muito ampla sobre o impacto das tecnologias na vida concreta das pessoas. Esse impacto possui enorme potencial para atrair grandes investimentos para as cidades que estiverem se preparando adequadamente, através da formação de capital humano e da aprendizagem contínua.
Uma cidade inteligente pode possuir, por exemplo, projetos educacionais gamificados, instalações de abastecimento de água com monitoramento on-line, iluminação pública automatizada, documentos públicos digitalizados, semáforos conectados à Internet, sistemas inteligentes de segurança pública e redes de transporte urbano mais ágeis [2]. Todas essas inovações dependem da construção de uma visão inovadora ampla, que seja capaz de criar diálogos com grandes investidores, empresários e empreendedores interessados em construir soluções para o desafiador futuro que se aproxima.
A criação de um ambiente favorável para atrair investimentos é uma das melhores estratégias para os gestores públicos, principalmente através de projetos que envolvam a ideia de cidade inteligente. Nesse contexto, a colaboração é uma habilidade que será cada vez mais necessária: todos os setores da sociedade precisam ser estimulados para a construção de consensos. Essencialmente, uma cidade inteligente deve ser fornada por cidadãos inteligentes, através de investimentos sérios na aprendizagem contínua, focados na expansão da cultura de inovação.
Referências