Vereadores questionam prefeitura sobre demissão de professora

Um requerimento questionando a demissão de uma professora da Rede Municipal de Ensino foi aprovado pelos vereadores na Câmara Municipal no início de março. Na última sessão, que aconteceu na terça-feira, dia 2, outro requerimento questionando o porquê de o Chefe do Executivo não ter sanado as dúvidas dos edis após um mês, foi aprovado.
Ambos os requerimentos são de autoria do vereador Celso Itaroti Cancelieri Cerva (PTB). Ele informou que chegou ao seu conhecimento que a administração pública demitiu a professora Luana Regina Scacabarozi pelo episódio envolvendo uma criança que teria saído da escola Darci Troncoso Peres após o término das aulas, sem que a mesma tivesse adentrado à van que a levaria para casa. A Lei Orgânica do Município determina que os requerimentos, após terem sido aprovados, devem ser respondidos em até um mês.
Conforme o vereador pontuou no requerimento, a alegação da administração municipal é de que a saída da criança tenha sido de responsabilidade da professora. “Muito me admira a professora ser penalizada desta forma, uma vez que ela ganha para ensinar e não para entregar as crianças aos seus pais ou responsáveis”, disse o vereador do PTB.
O requerimento ainda ressalta que a escola tem diretor, diretor de projetos, duas inspetoras e pessoas contratadas pela CEMMIL que trabalham na instituição e no pensamento do vereador, também teriam suas responsabilidades no caso.
O requerimento questiona o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) sobre o motivo de ter demitido a professora sem nenhuma apuração e qual a penalidade que havia sido imposta para os responsáveis pela escola e demais funcionários.
O Chefe do Executivo ainda é questionado se somente a professora foi condenada a perder o emprego e se a professora foi denunciada, julgada, condenada e sentenciada. “Ainda que conste na cláusula 5 do contrato que poderá ser rescindido unilateralmente, a qualquer tempo, pelas partes, este vereador entende que tal artigo dá o direito do professor, quando não tiver interesse em dar aula, comunicar o município para parar. Da mesma forma que se o município não necessitar do professor, por falta de vaga, poderá rescindir o contrato; não neste caso específico”, afirmou.
O requerimento, de 2 de março, também questiona até quando esta escola vai ficar superlotada, tendo em vista que tem crianças de duas faixas etárias de idade frequentando a escola Darci Troncoso Peres de Carvalho.
Durante a sessão da Câmara, o vereador Paulo César da Costa, o Paulinho da Prefeitura (PSB), parabenizou Itaroti pelo requerimento e afirmou que Luana é uma excelente professora, tendo trabalhado na rede municipal de Vargem e São João da Boa Vista. “Ela é uma excelente funcionária, por que só ela que foi punida? Lá existe uma diretora, uma coordenadora, inspetor de aluno. Eu a defendo porque a conheço, ela é excelente, não acho justo o que fizeram com ela. Acho que a diretora de Educação deveria rever isso e até agora não vi sendo aberta nenhuma sindicância para apurar as outras pessoas da escola”, disse.
Itaroti pontuou que querem uma informação do Executivo para saber o porquê de a professora ter sido sumariamente demitida. “Ela é professora, está lá para ensinar e, diga-se de passagem, ganhando muito mal, porque o professor recebe R$ 20,10 por 50 minutos de aula com 25 crianças e hoje tem 40 crianças lá. Eu costumo dizer que a profissão mais importante que tem é o professor, senão o médico não era médico, o advogado não era advogado, delegado não era delegado e juiz não era juiz. Eles passaram por uma carteira, foram alfabetizados”, disse.
“O professor tem a função de dar aula, não de ficar controlando a criança que sai das salas de aulas e levar elas na van. A criança sumiu porque houve falha de todos, principalmente da direção. Quem é responsável? A diretora. O que aconteceu com ela? Nada. Na semana seguinte quase aconteceu outro caso, se não fosse o professor de educação física, tinha sumido outra criança. E aí manda a professora embora dessa forma? Sem fazer nada, sem julgar, sem avaliar o que aconteceu, sumariamente? Porque está lá no contrato. Não está certo, queremos pelo menos uma resposta para deixar claro o porquê que ela foi mandada embora e porque ela foi desligada da prefeitura. E já passou o tempo, é algo simples, não é um requerimento complexo, é só explicar os motivos e até agora nada, então por isso estamos cobrando novamente antes de tomarmos outra providência”, completou.
A reportagem do jornal Gazeta de Vargem Grande enviou algumas perguntas sobre o caso para a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal. Segundo o informado no dia 5, a prefeitura estaria elaborando as respostas para enviar ao jornal, que retomará o assunto.

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