Nova bactéria recebe o nome do agrônomo Pedro Hayashi

Há anos, o agrônomo doa materiais para as pesquisas sobre o melhoramento de batata. Foto: Arquivo Pessoal

O nome do agrônomo Pedro Cândido Rytsi Hayashi ficará marcado para a posteridade. Muito reconhecido pelo trabalho que realiza na área de pesquisa em batata, ele também é produtor de semente, expert em melhoramento genético, consultor e pesquisador do tubérculo. Após cinco anos envolvido em uma pesquisa específica, realizada pela dra. Suzete Aparecida Lanza Destéfano, do Instituto Biológico, uma espécie de Streptomyces (bactéria) foi publicada e reconhecida pelo Comitê Internacional com o seu nome neste mês: a Streptomyces hayashii.

Há anos, em prol da Ciência e através da empresa da qual é sócio juntamente com a filha Erica Hayashi, a Soleil Papa, uma das poucas empresas a produzir batata-semente em mudas e minitubérculos no Brasil, Pedro contribui fazendo doações de materiais para as pesquisas de melhoramento de batata em várias instituições, como a Esalq, a Embrapa, a Unesp, a USP e o Instituto Biológico de São Paulo.
À Gazeta de Vargem Grande, Pedro ressaltou que sempre foi um colaborador das pesquisas e, especificamente neste caso, a dra. Suzete do Instituto Biológico iniciou um trabalho de pesquisa para identificar espécies de sarna comum, uma doença que provoca essa bactéria, onde a pesquisadora descobriu várias espécies novas. “Desde o início do trabalho dela eu ajudei e colaborei com a doação de material livre de patógenos. Ela precisava e nós temos a produção de minitubérculos e eu forneci para ela, bem como todo apoio que eles precisavam”, disse.
O agrônomo vargengrandense pontuou que foi um trabalho bem longo desde o início do processo de identificação, há cerca de cinco anos. “Depois, a pesquisa passou por um Comitê Internacional, não somos nós que decidimos que achamos uma espécie nova. Então passa por vários crivos e protocolos para poder chegar, de fato, nessa espécie nova”, comentou.
Após chegar na espécie nova, é preciso nomeá-la. A primeira espécie do gênero Streptomyces, descoberta no Brasil, foi nomeada como Streptomyces brasiliensis. A segunda espécie foi nomeada em homenagem ao pesquisador dr. Hilário da Silva Miranda Filho, sendo chamada de Streptomyces hilarionis. A terceira espécie do gênero descoberta foi nomeada como Streptomyces hayashii, em homenagem a Pedro Cândido Rytsi Hayashi. “Eu fui presenteado. Para quem trabalha com ciência, é uma grande honra. O meu nome ficará para a posteridade”, pontuou.
O agrônomo explicou sobre sua contribuição na pesquisa. “Hoje em dia mudou bastante a classificação de organismo, antes era só por morfologia, era o que parecia uma bactéria no microscópio. Agora, o trabalho é feito todo através de genética e, se a dra. Suzete pegava um material do campo, poderia ter outras bactérias do mesmo gênero e quando ela ia fazer análise ficava tudo bagunçado. Então ela precisava de algo isento e essa foi a nossa contribuição”, contou.
Após o reconhecimento pelo Comitê Internacional, a publicação da descrição das duas novas espécies de Streptomyces, uma em homenagem ao pesquisador Hilário Miranda e outra em homenagem a Pedro Hayashi, aconteceu neste mês pela Sociedade de Microbiologia (Microbiology Society), uma instituição sem fins lucrativos para os cientistas interessados em micróbios, seus efeitos e usos práticos, sendo uma das maiores sociedades de microbiologia da Europa.

Saiba mais: A dissertação de mestrado que gerou o artigo na International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology pode ser lida neste link:

Streptomyces hilarionis sp. nov. and Streptomyces hayashii sp. nov., two new strains associated with potato scab in Brazil

O artigo é assinado por Lucas Vitor, Danilo Trabuco Amaral, Daniele Bussioli Alves Corrêa, Mariana Ferreira-Tonin​, Emanuel Torres Lucon​, Mariana Pereira Appy1, Alex Augusto Tomaseto e, Suzete Aparecida Lanza Destéfano

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