Escola Flávio Iared será um divisor na educação municipal

A inauguração da escola será na sexta-feira, dia 21, às 18h. Foto: Reportagem

A inauguração da EMEB Flávio Iared, a maior escola da Rede Municipal de Ensino, será na próxima sexta-feira, dia 21, às 18h. A escola foi projetada para atender as crianças em tempo integral e será um divisor na educação infantil do município.
Com término previsto desde dezembro, diversos fatores atrasaram o andamento da obra. Idealizada pelo prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB), a obra passou por diversos problemas desde o início da sua construção.
A escola está localizada na Rua Clarice Cancellier Pires, no Jardim dos Ipês. A obra, iniciada no final da gestão do mandato anterior do prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) (2009/2012) e paralisada em 2013, na gestão do ex-prefeito Celso Itaroti (PTB), foi retomada em janeiro de 2019, no primeiro ano do atual mandato do prefeito Amarildo.
Os alunos matriculados na escola estudaram o primeiro semestre na Escola Municipal Darci Troncoso Peres de Carvalho, no Jardim Fortaleza, aguardando a conclusão da Flávio Iared.
O prefeito Amarildo já havia informado que as aulas na escola teriam início no segundo semestre, após o recesso do meio do ano. Em uma live no início de junho, ele explicou que as chuvas atrapalharam a obra e que aconteceram intercorrências como problemas no esgoto, sendo que, segundo ele, a empresa responsável pela obra está dando trabalho e já deveria ter entregue o prédio.
A reportagem da Gazeta de Vargem Grande esteve no local no final de abril e constatou que a empresa responsável estava nos últimos acabamentos da obra na parte externa, como construção do muro que desabou, assentamento dos intertravados, finalização na parte de jardinagem, construção da calçada e término das galerias de águas pluviais.
De acordo com informado pela Prefeitura Municipal no início do ano, a área do terreno é de 8.679,34 m², a área construída de 4.256 m² e o valor do investimento é de R$ 10.027.725,48.
Na ocasião, a prefeitura explicou que a escola atenderá a demanda de alunos que residem nos bairros próximos, como Jardim Fortaleza, São Lucas e Vila Polar, e que os alunos de Educação Infantil, com idades de 4 e 5 anos, serão atendidos na EMEB Profª Darci Troncoso Peres de Carvalho, que também passará a atender aos alunos em tempo integral. Já os alunos a partir de 6 anos de idade, conforme o informado, serão matriculados no Ensino Fundamental I ofertado na escola de tempo integral EMEB Prof. Flávio Iared.
A prefeitura disse que a rede municipal conta com 631 crianças matriculadas em creches, 796 alunos na Educação Infantil e 2.057 alunos no Ensino Fundamental I. Conforme o informado, em tempo integral serão atendidos, a princípio, 100 alunos de Educação Infantil na escola Darci T. Peres de Carvalho e 250 alunos do Ensino Fundamental I na Flávio Iared.
Alunos moradores das zonas rurais mais próximas à nova unidade escolar, de acordo com a prefeitura, serão atendidos pelo transporte escolar da educação e o tempo de permanência do aluno na escola será de 7 horas diárias.

O ensino
Em entrevista ao jornal em janeiro deste ano, a prefeitura explicou o que levou a administração a implementar a escola em tempo integral. “A exemplo de outros municípios, o tempo integral eleva a qualidade do ensino, propiciando aos alunos mais conhecimento, além da grande procura de pais que optam por escolas de tempo integral. A implantação de escolas em tempo integral também está prevista no art. 57, § 5º da LDB e nos Planos Nacional e Municipal de Educação”, pontuou.
Para a implantação do tempo integral em outras Unidades Escolares, no entanto, a prefeitura ressaltou que será necessária a construção de novos espaços físicos. “Isso para que possamos ofertar uma Educação com mais qualidade, tendo em vista que nesta modalidade de ensino trabalhamos vários campos de experiências e atividades diversificadas com o aluno”, disse.
Em entrevista à Gazeta também em janeiro, o prefeito pontuou que o ensino integral fará diferença na educação. “No Ceará, o ensino é todo integral e eles superam São Paulo, então precisamos investir nisso. A primeira escola nossa com tempo integral vai ser a Flávio Iared, só que nós temos oito escolas. Ou eu amplio essas ou eu construo mais oito para dar conta dos alunos em tempo integral. Então, temos que investir muito em infraestrutura para poder dar o ensino integral a todos os alunos da rede, que é fundamental”, disse.
“Em São João, por exemplo, o ensino já é 100% integral. Eu ouço muito falar que, como eu sou professor, eu tenho que valorizar o professor, eu valorizo muito o professor, só que hoje, por exemplo, tem o recurso do Fundeb, e nós recebemos no ano passado R$ 21 milhões, mas o gasto só com professor foi de R$ 24 milhões. Então nós temos que tirar 25% para pagar o professor, complementar o salário do professor e ainda temos que mexer em infraestrutura. Temos que valorizar o professor, mas temos que valorizar o aluno também. Ou seja, o ensino integral é importantíssimo, e fazendo isso você vai valorizar também o professor, ainda mais. No entanto, investimento em saúde e educação dá resultado mais para frente”, completou.

A escola
A escola Flávio Iared foi planejada para ser maior que a escola Nair Bolonha, localizada na Cohab IV. No espaço de 23 mil m² desapropriados para a obra, o projeto previa que seriam criadas salas para o ensino fundamental e um auditório com capacidade para 300 pessoas.
Em 2012 foram investidos cerca de R$ 400 mil para a construção. Como o divulgado pela Gazeta de Vargem Grande em 2012, a escola Flávio Iared teria quadras do lado de fora para as atividades dos alunos e dois pavimentos. De acordo com o projeto desenvolvido pelo Departamento de Obras, teria uma área total construída de 3,54 mil m², sendo 2,34 mil m² de pavimento térreo e cerca de 1,2 mil m² no superior. Seriam construídas 16 salas de aula, sala de informática, biblioteca, pátio coberto, espaço interno com auditório, setor de serviços para cozinha, despensa e refeitório, setor administrativo com salas para coordenador, diretor, vice-diretor, secretaria, sala de reuniões, sala de professores, depósito e almoxarifado.
No projeto constava ainda sanitários independentes para pavimento superior, pátio, setor administrativo, funcionários e auditório, além de uma sala para atendimento de dentista. Questionada em junho de 2018 pela Gazeta, a prefeitura explicou na ocasião que seriam investidos em torno de R$ 5 milhões até o final do projeto, sendo que a obra deveria estar concluída em 2020. A obra não terminou no prazo e o valor mais que dobrou, principalmente devido ao atraso da obra e o aumento dos preços dos materiais e da mão de obra ao longo dos anos, desde o início da construção.

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