Refazendo a rede de distribuição da cidade

Além da Vila Santana, cujos trabalhos já terminaram, serão substituídas as antigas redes do Centro da cidade, Vila Santa Terezinha e Vila Polar, com investimentos que chegam a R$ 30 milhões. Fotos: Prefeitura Municipal

Dizem que a última coisa que um político quer fazer é obra enterrada, que depois de pronta não aparece. Não é o caso do atual prefeito Amarildo Duzi Moraes, que está administrando Vargem Grande do Sul pela terceira vez. Ele foi eleito em 2009, governou até 2012, sendo eleito novamente em 2017 e reeleito em 2021.
Com investimentos aprovados pela Câmara Municipal que se aproximam de R$ 30 milhões, a maior parte repassados ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto-SAE, a atual administração pretende trocar todos os velhos encanamentos dos bairros mais antigos da cidade, como Vila Santana, onde a obra já terminou, o Centro expandido da cidade, a Vila Santa Terezinha e a rede de distribuição da Vila Polar.
O projeto, que visa a modernização do SAE, teve início em 2017 quando Amarildo assumiu o governo pela segunda vez e com a aprovação dos vereadores, começaram as tratativas de se conseguir empréstimos junto ao governo federal visando a melhoria na oferta de água com qualidade aos consumidores vargengrandenses.
Em dezembro de 2019, a Câmara Municipal aprovou um empréstimo da prefeitura para investimentos no Serviço Autônomo de Água e Esgoto no valor de R$ 3.452.000,00 para os primeiros investimentos na modernização do setor de água de Vargem Grande do Sul. Com esse dinheiro, foi dado início à construção das novas adutoras e a troca de tubulações antigas da Vila Santana.
Conforme matéria publicada pela Gazeta de Vargem Grande, quando assumiu o governo pela segunda vez, Amarildo deparou com um grande problema que o SAE enfrentava, com dívidas deixadas pelo governo antecessor de Celso Itaroti (PTB), um grande déficit nas contas da autarquia e uma inadimplência enorme. Sem contar as inúmeras reclamações com a falta de água e a qualidade da mesma que chegava nas residências dos vargengrandenses.
Em 2016, cerca de 32% da população não pagava a conta de água, que chegou a beirar os R$ 5 milhões e o déficit orçamentário da autarquia em 2016 foi na ordem de R$ 2,3 milhões, segundo apurou o jornal na época. A dívida deixada com a Elektro e outros fornecedores, ultrapassava a casa dos R$ 2 milhões quando Amarildo assumiu.
Outro problema sério que afeta o setor é o desperdício, que deve ficar em mais ou menos 40% da água tratada, índice que representa a média nacional, dado a precariedade de nossas redes antigas e a pressão exercida pelas bombas para levar água aos pontos mais distantes.

Privatização da água
Com todos os problemas envolvendo o SAE, na época Amarildo chegou a pensar na privatização do setor de água do município. Fez estudos, levantamentos, várias reuniões com a população e lideranças empresariais e chegou à conclusão que o SAE era viável, se bem administrado, mas que iria precisar de um grande investimento para torná-lo eficiente e à altura das demandas dos vargengrandenses no abastecimento de água e tratamento de esgoto.
Um primeiro projeto foi feito e com ele a constatação da necessidade de construir novas adutoras, novos reservatórios de água, trocar toda a tubulação antiga da cidade, investir em novos painéis elétricos, novas bombas e em máquinas e equipamentos para tornar o SAE mais eficiente. Também a questão dos servidores municipais que atuam no serviço de água, mereceu uma nova abordagem.
Em março de 2022, os vereadores aprovaram novo empréstimo junto ao governo federal, este no valor de R$ 8 milhões para fazer frente aos investimentos necessários. Conforme matéria publicada na época pela Gazeta de Vargem Grande, a operação de crédito no valor de R$ 8 milhões foi feita junto à Caixa Econômica Federal, no âmbito do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA), para a troca de tubulações antigas de água do Centro, Vila Polar e Vila Santa Terezinha e também para continuar a troca de lâmpadas antigas pelas de LED em vários bairros da cidade.
Deste montante, algo em torno de R$ 2 milhões seriam usados para infraestrutura na troca de lâmpadas de sódio pelas de LED e R$ 6 milhões para as obras de saneamento, reconstruindo a rede de distribuição de água em áreas mais antigas da cidade, algumas com mais de 70 anos, substituindo a tubulação de ferro por tubulação em PVC/PBA e ramais em PEAD (polietileno), principalmente na região do Centro, Vila Polar e Santa Terezinha.
Com novas previsões de gastos nos investimentos, em janeiro deste ano a Câmara Municipal aprovou um outro empréstimo, desta vez no valor de R$ 17 milhões também na linha de crédito FINISA junto à Caixa Federal, para investimento no SAE, com o prazo de pagamento de 96 parcelas, com 24 meses de carência. Os vereadores analisaram e aprovaram por unanimidade este novo aporte de dinheiro para os investimentos na distribuição de água da cidade.
O dinheiro é repassado ao SAE que o devolve à prefeitura. O SAE não tem as garantias necessárias para contrair dívidas neste volume, o que leva a prefeitura a tomar o dinheiro emprestado, deixando como garantia os repasses que recebe dos governos estadual e federal. “Estes investimentos, na troca da tubulação antiga, evitarão transtornos e trarão mais qualidade de vida aos nossos munícipes, além do ganho ambiental e econômico” afirmou o prefeito Amarildo na justificativa dada aos vereadores.
Conforme consta da reportagem do jornal, o prefeito justificou aos vereadores que os R$ 8 milhões contratados antes não seriam suficientes. “Entretanto, ao contrário do esperado, aquele valor inicial não será suficiente para realizar todas as melhorias na rede de abastecimento de água do município, conforme planejado. Sem prejuízo, urge anotar que mencionado valor, conforme exposto naquele projeto de lei, fora dividido entre melhorias na rede de água e esgoto e também na estrutura de iluminação pública do Município, tornando-se, pois, insuficiente para a melhoria da rede de abastecimento de água de todos os bairros pretendidos inicialmente”, comentou.

Obras da Vila Santana já estão prontas
Quem passa pelas ruas da Vila Santana, de fato não percebe que ali já foram investidos cerca de R$ 7 milhões, parte do empréstimo de R$ 28 milhões que a prefeitura contraiu para a modernização da distribuição de água no município pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto.
Além do novo asfaltamento do bairro, necessário depois que foram feitas as novas redes de distribuição, inutilizando a antiga, todo o resultado do investimento está na satisfação dos moradores em receber água tratada e com qualidade. Água que está vindo agora do Centro de Distribuição do Jd. Paulista por gravidade e não mais a água que era bombeada do reservatório do Jd. Pacaembu. São cerca de 2.000 imóveis do bairro que foram conectados a toda tubulação nova e aos ramais ligados nas residências.

Novos reservatórios construídos
Se no passado Vargem Grande do Sul chegou a quase triplicar sua população em 30 anos, passando de 13.369 em 1970, para 36.302 em 2000, um aumento de 22.933 pessoas que passaram a consumir mais água tratada no município, este fator não deve se repetir ao analisarmos o crescimento populacional dos últimos 20 anos.
No último censo realizado em 2022, o IBGE indicou que Vargem Grande do Sul tinha 40.133 habitantes, com a população vargengrandense crescendo em duas décadas apenas 3.831 pessoas. Isso deve implicar nos futuros investimentos de água, uma vez que a tendência é da população crescer bem menos nas próximas décadas, algo verificado também na grande maioria dos municípios brasileiros.
Para tanto, acredita-se que os investimentos que estão sendo realizados agora, deverão atender bem as demandas futuras, passando o SAE a investir mais em qualidade da água, melhoria na prestação dos serviços e eficiência na luta contra o desperdício.
Para tanto, outro importante investimento que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto está realizando é com a construção dos novos reservatórios de água, aumentando a atual capacidade de 4.600 milhões de litros, para 7.250 milhões, assim que os reservatórios ficarem prontos e passarem a funcionar.
No total, serão cinco novos reservatórios que serão incorporados ao sistema de distribuição de água do município. O da Vila Velha, que está em fase de implantação terá capacidade de 700m3, ou 700 mil litros; o do Jd. Redentor instalado no campo do XXI de Abril, que está pronto e com capacidade de 800m3; o do Poliesportivo da Vila Santa Terezinha, já instalado e com capacidade de 250m3; o do Jd. Dolores, que será instalado em breve e terá capacidade de 650m3 e o que foi recentemente instalado no Jd. Santa Marta com 250m3, totalizando 2.650m3 ou dois milhões, seiscentos e cinquenta mil litros de água.
Atualmente existem sete reservatórios de água funcionando que foram construídos ao longo dos anos e de acordo com o desenvolvimento urbano da cidade. São eles: dois reservatórios no centro de distribuição localizado no Jd. Pacaembu, sendo um de 1.000m3 e outro de 500m3; dois reservatórios também no centro de distribuição localizado no Jd. Paulista, sendo um de 1.000m3 e outro de 500m3; um reservatório de 1.000m3 na Estação de Tratamento de Água (ETA), junto à Barragem Eduíno Sbardellini; um na Cohab VI, de 300m3; outro no Jd. América de 200m3 e um no Jd. Itália de 100m3. Todos estes reservatórios somam a capacidade de 4.600m3 ou quatro milhões e seiscentos mil litros de água.

Também novos reservatórios estão sendo construídos, aumentando a capacidade de armazenamento de água. Foto: Prefeitura Municipal

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