Safra da batata: 80% já foi colhida

Fazenda Campo Vitória, em Vargem, na reta final da colheita

A safra da batata da região de Vargem Grande do Sul está finalizando, com cerca de 80% do plantio já colhido, segundo apurou a reportagem da Gazeta de Vargem Grande. Ela deve chegar ao fim após o dia 20 de outubro, porém, a colheita das batatas destinadas para a indústria deve terminar em novembro, segundo o informado pelo presidente da Associação dos Bataticultores de Vargem Grande do Sul (ABVGS), Pedro Marão.
À Gazeta de Vargem Grande, o empresário Marconi de Jesus Andreatto, sócio proprietário da Beneficiadora de Batata Santana, confirmou que já colheu cerca de 60% e que seu lavador deve ir até no máximo 5 de novembro, já que sua batata é de indústria.
Em entrevista concedida ao jornal, Marão afirmou que os preços atualmente estão muito baixos e não cobrem o custo de produção. Ele pontuou que a análise de que a safra tenha sido positiva ou negativa depende do custo de produção de cada produtor, sendo muito individual. “Ao mesmo tempo que para algum produtor é lucrativo, para outro pode estar sendo prejudicial, devido aos vários fatores que influenciam a produção”, disse.
Diversas adversidades atingiram a safra este ano, inclusive a forte onda de calor das últimas semanas, com temperaturas que chegaram a quase 40ºC. “Houve muitas adversidades nesta safra. Muita chuva no plantio, concentração de plantio no mês de maio, muita umidade na época vegetativa da cultura, muito problema com uma das principais doenças da cultura, que é a requeima. Com a concentração de plantio, temos uma concentração de colheita, como está sendo agora, e com essa onda de calor, o produtor quer colher para não perder a qualidade”, disse.
“As altas temperaturas diminuem a qualidade de pele do tubérculo, causando até podridão dos tubérculos. O produtor não tem como fazer nada com essa oscilação brusca de temperatura”, explicou.
Marão ressaltou que ainda é cedo para fazer um balanço da movimentação financeira e empregatícia da safra. “Porém, a movimentação é sempre grande. A geração de emprego é sempre uma movimentação para o comércio das cidades da região. Difícil mensurar, pois a geração de empregos não é apenas nas lavouras e sim em todos os setores da economia”, finalizou.
A principal espécie plantada na região é a ágata. No informativo do Cepea, da Esalq, unidade da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba, editado nesta sexta-feira, dia 29, com dados informados pelo HF Brasil, as cotações médias da batata tipo ágata especial/saca de 25 kg ficaram em R$ 43,14 no atacado de São Paulo (SP), valorização de 3,14% em relação à semana anterior, quando ficaram em R$ 41,83 e registraram uma desvalorização de 8,91% em relação à semana anterior.
Segundo o informado, “a queda nos preços da semana anterior foi atribuída novamente à maior oferta, visto que a safra de inverno continua se intensificando e também porque houve o represamento da colheita nos dois meses anteriores, havendo, portanto, mais oferta no momento. As temperaturas mais altas apressam ainda mais a necessidade de acelerar a colheita”. A valorização dessa semana, porém, se deve às chuvas de quarta, dia 27, e quinta, dia 28.

Fotos: Arquivo Gazeta

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