Consciência negra

Pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, será feriado em todo Estado de São Paulo. Mais do que celebrar a importância da cultura africana e do povo africano para o Brasil, a data é um importante momento de reflexão e de debate, especialmente sobre o combate ao racismo, algo que infelizmente ainda é bastante comum e velado na sociedade.
Lançada na última terça-feira, dia 14, a pesquisa Viver em SP: Relações Raciais, da Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec, trouxe dados reveladores sobre a percepção do racismo na Capital do Estado. O estudo apontou que oito em cada dez paulistanos dizem que há diferença de tratamento entre negros e brancos em shoppings e no comércio. Nas escolas e faculdades, o percentual é de 75%. Já nas ruas e espaços públicos da capital, 72% e no ambiente de trabalho, 71%.
O estudo não abrange a realidade de outros municípios, mas gera sérios questionamentos. Qual é a percepção da população vargengrandense sobre o racismo? As pessoas percebem tratamentos diferentes entre brancos e negros na cidade? Certamente a realidade da Capital encontra reflexo nos demais municípios do país, inclusive Vargem Grande do Sul.
É inimaginável a dor de sofrer diariamente preconceito e racismo. Combater esses crimes exige um esforço de reparação histórica, uma conscientização diária para lutar contra a reprodução de condutas preconceituosas. E um passo importante no combate ao preconceito e ao racismo é entender a violência com que foram tratados no Brasil, o quanto o negro escravizado foi explorado, massacrado durante a construção do país.
Em Vargem Grande do Sul, o troféu Turíbio dos Santos, entregue a 10 cidadãos homenageados no Dia da Consciência Negra, é uma iniciativa positiva, que reconhece as pessoas negras da cidade que contribuíram, em suas áreas de atuação, para o desenvolvimento do município. Mas ainda é uma ação tímida. É preciso criar e oferecer mais espaços, desenvolver políticas afirmativas no município, para que o negro vargengrandense tenha sua voz ouvida. Mostrar o protagonismo do negro para a cidade é uma maneira de inspirar e incentivar essa parcela da população a se empoderar, a mostrar seu trabalho, desenvolver seus projetos e garantir também seu protagonismo.

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