Teresinha Bertoloto: O foco da celebração era o nascimento de Jesus

Ele recorda que a comemoração era simples, mas com muita fartura de alimentos. Foto: Reportagem

A expectativa de Teresinha Bertoloto para o Natal, que residia na zona rural quando criança, nunca incluía presentes. Ela esperava ansiosamente pela ida à Missa do Galo com os pais à meia-noite do dia 25.
Para completar ainda mais a alegria, ela ia com roupas novas à celebração. “A gente não tinha essa história de ganhar presente. Era uma roupa nova, um calçado. Aí colocava no dia de Natal e fazia bolha no pé”, recorda entre risos.
Teresinha também rememora que o clima da festividade amenizava um pouco a seriedade dos adultos, em sua maioria sempre muito sérios perante aos desafios da vida naquela época. “Meu pai tomava vinho e contava as histórias de quando era moço, de quando era criança e ria muito”.
Para ela, desde pequena, o foco da celebração era o aniversariante da data. Ainda recorda que naquela época era comum comungar com pelo menos 3 horas de jejum, tradição mantida na tradicional Missa do Galo. Logo, sua família nunca teve o hábito de celebrar a Ceia de Natal, como hoje em dia.
A dona de casa atribui o fim de algumas tradições, como a celebração da meia-noite, ao crescimento do caráter festivo do Natal em detrimento à parte religiosa. “Depois até o horário da missa foi mudando para fazer festa, não é mesmo?”, indaga.
O almoço de Natal, a única celebração na casa de Teresinha, era recheado de comidas preparadas pela mãe, inclusive macarronada com massa fresca. Mas ela recorda que a carne consumida era apenas o pernil de porco criado pelo pai. Apesar de ser muito comum na mesa naquela época e atualmente, sua família nunca comeu leitoa. “A leitoa era sagrada, então ninguém matava”, recorda.
Apesar de nunca ter ganhado presentes, Teresinha sempre presenteou os filhos na época natalina. Outra tradição que não seguia em sua infância e adolescência e criou foi a da decoração. “Eu armo a minha árvore há mais de 60 anos. Antigamente, eu pegava galhos e pintava. Fazia cada árvore bonita”.
Mas, com o passar do tempo, ela abraçou o novo tipo de decoração. “Aí eu cansei de fazer galho, ficar pintando. Aí, na loja Cadernão, da Rua do Comércio, comprei essa árvore há muitas décadas”.
Hoje em dia, Teresinha se alegra com a chegada do Natal para estar ainda mais próxima de sua família, especialmente seus netos.

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