Crianças serão prioridades na vacinação contra dengue

A previsão de início da campanha é fevereiro deste ano. Foto: Rogério Vidmantes/Prefeitura de Dourados

No fim de dezembro, o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS) e o Brasil passou a ser o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.
O Ministério da Saúde irá priorizar a imunização de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos com a vacina contra a dengue, a Qdenga. A previsão de início da campanha de vacinação é em fevereiro deste ano e a informação foi confirmada na segunda-feira, dia 15.
O Departamento de Saúde da Prefeitura de Vargem Grande do Sul informou que, em relação à vacina contra a dengue, o município ainda não foi contemplado.
A Qdenga é um imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 e incorporado ao PNI, que reúne as vacinas aplicadas gratuitamente pelo SUS. A vacina contém vírus vivos atenuados da dengue. Por isso, ela induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.
O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio com a baixa quantidade de doses, já que deve ter acesso a até 6 milhões de vacinas neste ano. Assim, como a aplicação é feita com duas doses, no máximo 3 milhões de pessoas serão vacinadas em 2024
A definição sobre por qual faixa etária e grupo a vacinação começará, além da quantidade de doses a ser distribuída aos estados, será tomada na semana que vem, em uma reunião marcada para quinta-feira, dia 25.

Quem pode se vacinar
De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos. Não foram feitos estudos para avaliar a eficácia da vacina em pessoas com mais de 60 anos.
Além disso, podem se vacinar com a Qdenga tanto quem já teve dengue, quanto quem nunca foi infectado. Essa é a primeira vacina liberada no país para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue.
Mas não podem ser imunizados com a vacina quem tem alergia a algum dos componentes, quem tem o sistema imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora, ou gestantes e lactantes.
Os estudos clínicos mostraram que pode haver reações, geralmente, dentro de dois dias após a injeção. As reações registradas foram de gravidade leve a moderada e duraram de 1 a 3 dias.
Foram relatadas com maior frequência dor no local da injeção (50%), dor de cabeça (35%), dor muscular (31%), vermelhidão no local de injeção (27%), mal-estar (24%), fraqueza (20%) e febre (11%). As reações são menos frequentes após a segunda dose da Qdenga, porém, essas reações não tornam o imunizante contraindicado se aplicado no público correto.

Diferença entre a Qdenga e a Dengvaxia
A Dengvaxia foi a primeira e, até então, única vacina contra a dengue aprovada pela Anvisa a ficar disponível no Brasil. Ela é fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur e é vendida na rede privada na maior parte do Brasil. Esse imunizante não está disponível no Programa Nacional de Imunizações, o PNI.
Se comparadas, a Dengvaxia e a Qdenga possuem três principais diferenças, sendo o público-alvo, já que a Dengvaxia é recomendada somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue e a Qdenga pode ser aplicada em quem nunca teve a doença, a faixa etária, sendo a Qdenga recomendada para pessoas dos 4 aos 60 anos e a vacina francesa é indicada para pessoas dos 9 aos 45 anos, e o número de doses, uma vez que a vacina francesa é aplicada em três doses, distribuídas em intervalos de seis meses, enquanto a japonesa é composta por duas doses, aplicadas com intervalos de três meses. Já quanto ao modo de agir e aos possíveis efeitos após a aplicação, as vacinas são muito semelhantes.

Casos de dengue
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país que registra mais casos de dengue no mundo, com 2,9 milhões de casos em 2023. Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 1.094 pessoas morreram por conta da dengue no ano passado. Os casos são mais da metade dos 5 milhões registrados mundialmente.
Do total de casos constatados no Brasil, 1.474, ou 0,05% do total são casos de dengue grave, também chamada de dengue hemorrágica. O país é o segundo na região com o maior número de casos mais graves, atrás apenas da Colômbia, com 1.504 casos.
No Brasil, levantamento feito pela plataforma AdaptaBrasil, mostrou que as mudanças climáticas no Brasil podem levar à proliferação de vetores, como o mosquito Aedes aegypti e, em consequência, ao agravamento das doenças como dengue, zika e chikungunya.

A doença
Os sintomas mais comuns da dengue são dores de cabeça, dor nos olhos, febre alta (muitas vezes passando dos 40º), dor nos músculos, nas juntas e atrás dos olhos, manchas vermelhas por todo o corpo, falta de apetite, fraqueza, coceira e, em alguns casos, sangramento da gengiva e do nariz.
A diferença para a dengue hemorrágica é que pode haver também confusão mental, agitação ou insônia, perda de consciência, sangramento na boca, nas gengivas e nariz, boca seca e muita sede; dificuldade de respiração, fortes dores abdominais e vômitos intensos, pele pálida, fria e úmida, e pulso fraco.

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