as próximas páginas, o escritor e historiador Sérgio Argeu Scacabarrozzi falou sobre a obra e a importância dela para a cidade
Porque só o coração é eterno – GJ
Sérgio Argeu Scacabarrozzi
O ano de 2023 marca o cinquentenário da publicação do livro UMA VEZ, CASA BRANCA…, de Ganymédes José. Foi a grande contribuição do escritor casa-branquense, entre tantas outras que viriam nos anos seguintes, até a sua morte prematura, em 9/7/1990, à memória da sua terra querida.
“Desde pequeno, eu sempre esperei que alguém me contasse a história de Casa Branca. Deveria ser uma história diferente, cheia de calor humano, simples, honesta e gostosa… E ninguém me sabia responder!” (Ganymédes José – Uma Vez, Casa Branca…, pág. 9, 1973, São Paulo Editora S.A.
A Obra

Uma Vez, Casa Branca… foi publicado em 1973, sob o patrocínio da Prefeitura Municipal de Casa Branca, na administração do prefeito municipal Ary Marcondes do Amaral. O livro, com 155 páginas, foi composto e impresso na São Paulo Editora S. A., na capital paulista, sob demanda, empresa gráfica que não existe mais. A capa reproduz, em estilo sóbrio e delicado, por Tenê, como era conhecido Clístenes, o irmão de Ganymédes José, um quadro de Antonio Pádua Dutra, representando a esportista casa-branquense Nenê Moffa (Maria Josefina Moffa), tenista que fez muito sucesso nas quadras da ACCPE. Na página 6, mais um trabalho artístico de Tenê, na caricatura de Ganymédes José a bico-de-pena, ao lado da menção das três obras do escritor que iniciava a sua trajetória na literatura, a muito custo e depois de muita luta para conseguir ser publicado. A participação de Tenê na obra do irmão demonstrava a perfeita combinação e entrosamento dos dois filhos de dona Rita e seu João de Oliveira no mundo das artes. Essa colaboração mútua se estenderia ainda por muito tempo vida afora.
Na sequência inicial do livro, o prefácio coube ao desembargador Mário Hoepnner Dutra, do Tribunal de Justiça do Estado, em texto datado de março de 1973, prova da proximidade que Ganymédes José tinha com autoridades do poder judiciário, graças, talvez, ao fato de ser filho de cartorário, ter exercido a função de funcionário do cartório paterno e, consequentemente, cursado Direito, antes de dedicar-se inteiramente às letras e ao magistério, após concluir a faculdade de Letras, em São José do Rio Pardo. O autor do prefácio inicia suas considerações falando das aspirações da juventude, e continua mencionando as qualidades de Ganymédes na literatura e como pesquisador da história da cidade de Casa Branca, que originou o livro por ele apresentado.