Com a quantidade de casos positivos em Vargem Grande do Sul neste início de ano, a Prefeitura Municipal iniciou, na última semana, uma campanha para alertar a população sobre os potenciais criadouros de dengue, principalmente com as chuvas frequentes, e também sobre a importância de continuar o combate de forma permanente.
O Departamento de Saúde da Prefeitura de Vargem Grande do Sul explicou que o acúmulo de água facilita a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya. O combate ao mosquito, segundo o informado, deve continuar de forma permanente, uma vez que a dengue pode levar a quadros graves de saúde, como a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue.
Até o dia 18 de janeiro haviam sido confirmados 16 casos de dengue em Vargem Grande do Sul. No total, 23 pessoas já haviam sido notificadas, mas sete casos deram negativo.
Na sexta-feira, dia 26, o número de casos positivos já havia subido de 16 para 45. Na ocasião, haviam 55 notificações registradas, sendo 10 casos negativos.
Três dias depois, na segunda-feira, dia 29, a cidade já registrava 133 casos confirmados da doença e 150 notificações. Este número é mais da metade dos casos registrados durante todo o ano passado.
Os números da semana devem ser ainda muito maior. A reportagem da Gazeta desde quarta-feira, dia 31, tem solicitado os dados atualizados junto à Assessoria de Comunicação e, nesta sexta-feira, dia 2, fechamento da edição, por diverssas vezes entrou em contato com a Assessoria, mas a mesma não retornou com os números atualizados dos casos de dengue na cidade.
À Gazeta de Vargem Grande, a prefeitura informou que o trabalho de combate à dengue se intensifica nos meses que antecedem o verão, onde procuram detectar possíveis locais que podem gerar criadouros, além de intensificação nas ações nos pontos estratégicos e imóveis especiais.
A prefeitura faz levantamento de índices para direcionar o trabalho aos locais que mais precisam. “Neste momento está sendo realizado a Avaliação de Densidade Larvaria (ADL) em todo o município. Este índice demonstra como está a situação de criadouros e larvas”, disse.
“O trabalho contra a dengue é constante, temos ações todos os dias com os agentes comunitários fazendo visita de casa em casa e os agentes de endemias nos pontos estratégicos e imóveis especiais estão sempre vigilantes”, completou.
De acordo com o informado pela prefeitura, o trabalho está sendo intensificado junto aos agentes de saúde, que vão realizar mais visitas às casas em busca de criadouros. O objetivo é cobrir todas as áreas de cada unidade de saúde do município, vistoriando as casas e orientando por meio de panfletos.
“Não se descuide da dengue, ela também mata. Proteja a sua família, tire tudo que acumule água da sua casa. A prevenção é a única arma contra a doença e a melhor forma de se proteger é eliminando os criadouros. Todos juntos contra a dengue”, completou.
O combate à dengue
A prefeitura ressaltou que a dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. “É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância na saúde pública nos últimos anos. O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região”, informou.
O acúmulo de água parada, segundo o explicado, contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença. “É importante evitar água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente”, comentou.
A prefeitura ainda pontuou que todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.
A prefeitura ressaltou que o trabalho no combate à dengue vai além da ação dos agentes, sendo imprescindível o comprometimento da comunidade, que deve manter todos os cantos das residências livres de possíveis locais propícios à proliferação dos mosquitos.
O trabalho de combate à dengue, conforme o informado, é diário e contínuo. “Toda semana o morador deve tirar dez minutos do seu tempo para conferir os locais que possam acumular água parada, evitando assim a proliferação do mosquito Aedes aegypti”, disse.
A recomendação é evitar acúmulo de lixo e entulho, retirando materiais que possam acumular água nas casas, quintais e terrenos baldios, como latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d’ água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.
A prefeitura ainda recomenda que a população mantenha tampados tonéis e barris d’água, lave semanalmente com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água, encha de areia até a borda os pratos das plantas, coloque no lixo todo objeto não utilizado que possa acumular água, coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada, mantenha as calhas limpas e não deixe água acumulada sobre a laje.
Os sintomas
Os sintomas mais comuns da dengue são dor de cabeça, dor nos olhos, febre alta (muitas vezes passando dos 40º), dor nos músculos, dor nas juntas, manchas vermelhas por todo o corpo, falta de apetite, fraqueza e, em alguns casos, sangramento da gengiva e do nariz.
No caso dos sintomas, a recomendação é que procure um médico mais próximo da sua residência e, no caso de positivo, a prefeitura explicou que a Vigilância Sanitária irá fazer todo o trabalho de bloqueio para evitar o avanço e contaminação da doença.
Os casos
A Gazeta de Vargem Grande analisou os dados próximos à época atual nos cinco últimos anos. Em 2022, dos três casos notificados até 19 de abril, dois haviam dado positivo. Em 2021, apenas três pessoas contraíram dengue até o dia 19 de março. Em 2020, até o dia 5 de fevereiro, seis casos positivos de dengue foram registrados na cidade. Em 2019, até o dia 22 de fevereiro, três casos haviam sido confirmados.
A quantidade de casos positivos em 2024 em apenas 18 dias preocupa, principalmente se compararmos com 2019, onde um surto de dengue acometeu a cidade durante o ano, mas, até o fim de fevereiro, havia apenas três positivos.
Durante 2019 inteiro, 566 pessoas foram notificadas e 435 contraíram a doença. Desde então, era possível notar uma queda, sendo que em 2020, 241 munícipes foram notificados por dengue, mas 208 testaram positivo. Em 2021, felizmente o número caiu ainda mais, sendo que apenas 93 pessoas foram notificadas e 62 delas pegaram a doença. Em 2022, a queda foi bruta, já que houve apenas 17 notificações e oito pessoas testaram positivo para a doença.
Fotos: Reprodução Redes Sociais Prefeito Amarildo