Ramazotti é o novo interventor do Hospital de Caridade

Valmir Costa, o interventor anterior, e Ramazotti concederam entrevista à Gazeta de Vargem Grande. Foto: Reportagem

Aos 61 anos de idade, o ex-vereador José Geraldo Ramazotti assume um novo desafio na sua vida, o de novo interventor do Hospital de Caridade. Ele assumiu nesta sexta-feira, dia 1º de março, conforme decreto do prefeito Amarildo Duzi Moraes publicado no dia 26 de fevereiro, que prorrogou a intervenção da prefeitura no Hospital, uma vez que não houve candidatos para compor a chapa da nova Mesa Diretora da entidade.
O prazo é provisório, até o dia 31 de março, mas poderá ser prorrogado até que se eleja uma nova Mesa Diretora. Ramazotti vai substituir Valmir Costa que ficou um ano e dois meses como interventor, deixando o cargo no último dia 29 de fevereiro.
Formado em Ciências Contábeis, com pós graduação em Gestão Empresarial, Ramazotti já foi vereador por duas legislaturas, foi presidente do Rotary Clube por dois mandatos, trabalhou voluntariamente em outras entidades da cidade, está aposentado e já ocupava o cargo de tesoureiro do Hospital junto à administração de Valmir Costa, tendo um bom conhecimento da situação da entidade.
Dentre as suas preocupações como novo interventor, está o término de algumas obras, como a nova cozinha que está sendo construída, a lavanderia, o Setor B (onze leitos e a sala de monitorização) e o ambulatório. Estas melhorias já vêm sendo realizadas há um bom tempo e devem ficar prontas dentro de uns três meses, no entender do novo interventor.
A questão financeira é o desafio maior da equipe de Ramazotti, com o Hospital deficitário, buscar recursos é imperativo. Hoje a dívida da entidade se aproxima de R$ 1,5 milhão, onde consta um financiamento feito há alguns anos e cujas parcelas estão em dia, além da dívida com os médicos que prestam serviços à entidade. “Esta dívida com os médicos é nossa maior preocupação, faremos todos os esforços para equacioná-la este ano ainda, pois ela vem se arrastando desde 2019”, afirmou Ramazotti.
Além de outras pequenas contas que estão sendo negociadas, não há dívida de grande monta junto aos fornecedores. “Estamos em dia com a maioria dos nossos fornecedores”, explicou.
Outra situação preocupante abordada pelo novo interventor, é com relação à escassez de médicos especialistas no mercado e que venham a prestar serviços no Hospital. “Está difícil de encontrar cardiologista, anestesista, pediatra, ginecologista e obstetra”, observou. Com relação aos funcionários, o ambiente de trabalho segundo Ramazotti é tranquilo, de cooperação e bom entendimento. Hoje são mais de 150 funcionários que trabalham no Hospital de Caridade.

Déficit preocupante
Já cantado em prosa e verso que o SUS não paga o que o Hospital presta de serviço à população, produzindo um déficit mensal hoje acima de R$ 350 mil por mês, é neste ponto que as maiores dificuldades acontecem, pois, todo mês é uma luta em busca de recursos junto ao setor público, leia-se prefeitura municipal, para tentar cobrir os rombos. Também ajudam as emendas dos parlamentares, conseguidas pelo trabalho de alguns vereadores e a participação da sociedade, através de trabalhos voluntários realizados.
Também foi indagado pela reportagem do jornal Gazeta de Vargem Grande sobre a relação com o prefeito Amarildo Duzi Moraes e Ramazotti afirmou que o chefe do Executivo tem atendido em muito nas dificuldades financeiras do Hospital, nas emergências e ele espera que esta parceria continue.
Falou da importância da sociedade na ajuda ao Hospital, das entidades como a Associação Setembro, o Rotary Clube e tantos doadores que ajudam, sem os quais administrar o Hospital fica impossível. Falou com ênfase da ajuda da Câmara Municipal, através da atuação dos vereadores, e que dentre seus planos, está a volta dos carnês de contribuição dos vargengrandenses, tanto das pessoas físicas, como as jurídicas. “Toda contribuição ajuda”, afirmou.

Nova diretoria
Com poderes para formar sua nova diretoria, Ramazotti disse que conseguiu envolver algumas pessoas a trabalhar na sua equipe, citando o vice interventor Anderson; o diretor financeiro Nilson Adão; Tarciso Beleboni Pereira, diretor financeiro adjunto; Carlos Rodrigues de Carvalho, secretário; Márcio Aliende, diretor jurídico e Valmir Costa, mesário. Ele agradeceu a estas pessoas pela disponibilidade em servir ao próximo, também ao prefeito Amarildo pela confiança depositada, aos funcionários, aos médicos, aos vereadores e todos que ajudam a manter o principal órgão de atendimento à saúde dos vargengrandenses.

Valmir fala de sua experiência
Era para ficar um mês como interventor e Valmir Costa acabou por ficar um ano e dois meses. Agradecer está na alma destes interventores e de provedores do Hospital de Caridade, pois eles têm plena noção que sem ajuda, não se consegue levar a entidade adiante.
Na entrevista dada ao jornal, ele agradeceu ao Ramazotti por ter assumido o seu lugar. Quando foi nomeado pelo prefeito em 2022, ele convidou Ramazotti para ser seu tesoureiro e desde então trabalharam em conjunto.
Também fez questão de agradecer a todos que o ajudou nesta empreitada de administrar o Hospital, citando o administrador do Hospital Francisco de Assis Mazuco Manoel e a enfermeira Maria Helena Zan, todos os funcionários do Hospital, os membros de sua equipe de trabalho, médicos, diretor técnico e diretor clínico.
Em especial, fez um agradecimento ao vereador Paulinho da Prefeitura-PSB, pois todas as verbas para as reformas que estão sendo executadas no Hospital, foram com a participação do vereador junto à deputada federal Erundina, que conseguiu as verbas. “Através dele estendemos nossos agradecimentos a todos os vereadores municipais, que sempre aprovaram por unanimidade os projetos em prol da nossa entidade”, afirmou.
Citou que o Hospital de Caridade superou a crise de não ter uma diretoria na época para dirigi-lo e que em nenhum momento parou de funcionar desde que assumiu como interventor nomeado pelo prefeito Amarildo Duzi Moraes, a quem agradeceu pela confiança que lhe depositou.
Do seu trabalho frente ao Hospital, falou modestamente que procurou dar continuidade ao trabalho que o então provedor Jair Gabricho e sua diretoria vinha fazendo, como o termino da cobertura de parte do telhado da entidade, de levar as obras que estavam sendo realizadas e deixando faltando pouco para o término, como citou Ramazotti, e de avanços como a introdução da nota fiscal Paulista para arrecadar mais dinheiro para a entidade, com a colaboração de várias empresas da cidade.
“Foi uma experiência gratificante, o que mais nos marcou foi poder ajudar o próximo, ver o trabalho de todos aqui no Hospital empenhados em salvar vidas”, falou.

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