Direção do Hospital de Caridade se reúne com vereadores

A pedido da presidente da Câmara Municipal, vereadora Danutta Rosseto (Republicanos), foi realizada nesta quarta-feira, dia 10 de abril, por volta das 19hs, uma reunião no prédio do Legislativo entre a direção do Hospital de Caridade, os vereadores e também médicos do corpo clínico da entidade para discutir a questão envolvendo a falta dos diretores clínico e técnico que ameaça paralisar as atividades do nosocômio.
Estavam presentes na reunião além da presidente Danutta, os vereadores Fernando Corretor (Republicanos), Celso Itaroti (PSD), Canarinho (Cidadania), Paulinho da Prefeitura (Podemos), Gláucio Moto Taxi (Podemos), Magalhães (PL) e Célio Santa Maria (PSD). Por parte do Hospital participaram o interventor José Geraldo Ramazotti e o administrador Francisco de Assis Mazuco Manoel e representando o corpo clínico, os médicos Fernando Felipe e Fábio Visconde. Também estiveram presentes o assessor jurídico da presidente, advogado Alex Mineli e a procuradora jurídica da Câmara Carolina Salvi.
A questão abordada foi a falta dos diretores técnico, cargo até então preenchido pelo médico dr. Marco Antônio Goulart e diretor clínico, que era ocupado pelo dr. Fernando Felipe, mas que recentemente também deixou de exercê-lo, ficando desde o mês de março sem que o Hospital de Caridade tivesse a presença destes médicos ocupando estes cargos que são obrigatórios, segundo o Conselho Regional de Medicina-CRM, que inclusive notificou a entidade dando um prazo para que o problema fosse resolvido, caso contrário haveria consequências para o funcionamento do Hospital.

Médicos querem receber pelos cargos
Pela direção da entidade falou o atual interventor José Geraldo Ramazotti que colocou os presentes a par da grave situação financeira que vive o Hospital, com dados e demonstrativos também embasados pelo que apresentou o administrador Assis. Os médicos presentes, dr. Fernando e dr. Fábio, se colocaram à disposição para exercerem o cargo de diretor clínico e também técnico, respectivamente, desde que fossem devidamente remunerados. Até então, somente o cargo de diretor técnico era remunerado pelo Hospital, num valor de aproximadamente R$ 3.200,00 por mês.
O diretor técnico é escolhido pela direção do Hospital e dentre as suas funções, está a responsabilidade pelo bom funcionamento do hospital junto às normas legais e órgãos como o Conselho de Medicina, o Ministério Público, autoridades sanitárias, dentre outros.
A ele cabe zelar pelos aspectos administrativos do hospital, que deve estar em condições de prestar bons serviços aos seus pacientes, sendo o responsável ético na organização diante do Conselho Regional de Medicina (CRM).
Já o diretor clínico é eleito pelo corpo clínico do Hospital de Caridade, que são os médicos que fazem parte do hospital de Vargem Grande do Sul e são regidos tanto pelo Regimento Interno do Hospital, como também pelo Regimento Interno do Corpo Médico (Clínico) da entidade.
Compete ao diretor clínico, dentre outras funções, a de ser o elo entre a direção do hospital e o corpo clínico, coordenando a junta médica da entidade. Como coordena as atividades médicas, a ele compete certificar que todo paciente sob regime de internação, seja atendido por um médico assistente, conforme consta no Conselho Federal de Medicina.
Como acompanha todos os atos médicos, ao diretor clínico compete também garantir que o atendimento aos pacientes seja cumprido de forma eficiente e respeitosa, zelando pela qualidade da assistência de saúde que o Hospital de Caridade presta aos internados.
Como apurou a reportagem do jornal Gazeta de Vargem Grande na entrevista concedida pelo assessor jurídico da presidente da Câmara, advogado Alex Mineli, durante a reunião foi comentado os valores que os médicos queriam para exercer os cargos, sendo o de diretor técnico de R$ 6.000,00 mensal, ao contrário dos R$ 3.200,00 até então pagos pelo Hospital e o de diretor clínico que nunca recebeu pela função, passaria a receber R$ 6.000,00, totalizando R$ 12 mil por mês.
Os médicos presentes na reunião expuseram as responsabilidades do exercício dos cargos acima referidos e da justa remuneração por quem vai exercê-los. Também foi comentado a possibilidade de a prefeitura municipal vir a pagar pelo exercício destes cargos junto ao Hospital de Caridade. Porém, houve o questionamento de que o Tribunal de Contas não permitiria tal pagamento, uma vez que o Hospital se trata de uma entidade privada. Ficou-se de consultar o Executivo sobre essa possibilidade junto aos seus órgãos jurídicos.
Com relação aos novos valores, a direção do Hospital explicou aos presentes a dificuldade de assumir mais estes débitos, dado a situação financeira que vive a entidade, com um déficit mensal, segundo apurou a Gazeta de Vargem Grande, que extrapola os R$ 300 mil por mês.
Dentre as possíveis soluções, foi colocado na reunião a possibilidade de um médico do corpo clínico assumir as duas funções, a de diretor técnico e clínico, com o Hospital pagando tão somente os trabalhos realizados como diretor técnico, o que segundo apurou o jornal, seria possível e também de os membros do corpo clínico se reunirem e pagarem uma pequena quantia cada um dos seus membros pela função de diretor clínico, como acontece em algumas cidades.
Ao jornal, a presidente Danutta falou da importância do único hospital da cidade para a sua população e que conforme avancem as conversações entre provedoria e corpo clínico, a Câmara fosse colocada a par da situação, colocando o Poder Legislativo dentro de suas atribuições à disposição para contribuir com a solução do problema.
O interventor Ramazotti disse que a reunião foi bem dirigida pela presidente Danutta e embora não houvesse avanços expressivos, foi importante colocar os vereadores sobre a situação atual do hospital e que a busca por uma solução continua.

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