Geisa Leandrin de Oliveira
Depois de passar por várias avaliações, recebi o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) do meu filho em 2017, ele tinha 3 anos, foi o momento mais difícil da minha vida. Fui tomada pelo medo, pela insegurança, angustias, incertezas, enfim uma mistura de sentimentos que eu jamais pensei em viver na maternidade, a partir daquele momento eu era uma MÃE ATÍPICA!
Eu já não tinha certeza de mais nada, meu filho lindo, tão pequeno com aquele diagnóstico que mudaria totalmente a sua vida, eu não sabia se ele iria falar, se iria aprender a ler e escrever, se ia ter amigos… Me senti totalmente no escuro, chorei muito, é como se eu tivesse perdido aquela maternidade tão esperada. Mas depois de passar por esse período de “luto”, senti uma força enorme, e como em fênix uma mãe ressurge das cinzas para amar e cuidar do filho.
Tudo foi modificado para que meu anjo se sentisse bem acolhido, daquele momento em diante eu era somente MÃE, não podia mais trabalhar, pois meu filho era totalmente dependente de mim. Era uma vida intensa focada somente nele, com muitas terapias, muitas idas na escola, no neuropediatra, medicações, pois ele era muito agitado, e também tinha muitas crises. Como ele não falava, ele ficava brincando do jeitinho dele e emitindo uns sons, uns gritos o dia todo, era muito difícil ver aquilo…
A fala demorou, eu me sentia muito frustrada, meu sonho era ver meu filho falar mãe, mas com muito amor, paciência e levando ele em todas as terapias ele foi se desenvolvendo.
Logo comecei a sentir o preconceito, pessoas me julgando colocando a culpa daquele diagnóstico em mim, ah como foi difícil… pessoas com olhares diferentes, muitas olhando com dó, outras dizendo que era falta de educação, e eu e meu filho não precisávamos de nada disso, ele era perfeito, apenas tinha um modo diferente de agir.
Com o passar dos anos ele se desenvolveu, começou a falar, se comunicar a brincar com as crianças, aprendeu a ler e a escrever.
Nesse ano de 2024, ele completou 10 anos, foram anos de muita aprendizagem, e eu aprendi muito mais com ele do que ele comigo.
Ele adora matemática, joga futebol, joga handebol, joga videogame, tem uma vida normal, claro que com algumas diferenças, ainda faz terapias, acompanhamento com o Neuropediatra e toma medicação. Cada fase, cada idade tem suas dificuldades e o tratamento não pode parar, pois ele sempre será autista!
No meio de tudo que eu passei, fui buscar conhecimento e devagarinho a área da educação entrou na minha vida. Hoje sou Pedagoga, Psicopedagoga, pós-graduada em Educação Especial e Autismo, e estou fazendo pós-graduação em ABA.
A vida me trouxe o Autismo, eu aceitei, enfrentei e vivo uma luta diária, que cada dia me traz vitórias! Nunca desista em um momento de fraqueza, olhe para seu filho, ele renovará suas forças!
Meu filho, meu amor, meu mundo azul!
Abril, mês da Conscientização do Autismo!