Quando um grupo de jovens políticos começou sua militância na Vargem Grande do Sul nas décadas de 70, uma das questões que sempre pautava a reunião dos jovens, era de como a população vargengrandense poderia participar dos destinos da cidade, de seu desenvolvimento, da melhoria da qualidade de vida.
A expressão mais usada para equacionar a questão, era “reunião de bairros”, que poderia evoluir para uma associação de moradores, ganhando força e visibilidade junto ao poder público municipal nas suas reivindicações.
Muitos dos atuais políticos de hoje, que já ocuparam cargos de destaque na administração municipal, como os ex-prefeitos José Carlos Rossi, Celso Ribeiro, Celso Itaroti, o ex-prefeito José Ricardo Buosi, o Zé da Kibon, vereadores como Serginho da Farmácia, ex-vereadores como Tadeu Ligabue, Dante Braghetto, Vanderlei Ribeiro e tantos outros, fizeram parte deste tempo e chegaram a participar de algumas iniciativas neste sentido.
Passados mais de 40 anos, os bairros da cidade se multiplicaram, os moradores mais que duplicaram e as reuniões de bairro ficaram só nos sonhos daqueles jovens políticos cheios de ideais. O pragmatismo tomou conta, o prefeito decide por todos, os vereadores se acomodaram e por não haver reunião, discussão dos problemas dos bairros, as pessoas passaram a delegar cada vez mais o poder aos políticos de plantão, abrindo mão da sua importante decisão nos destinos da cidade onde moram.
Daí que por falta de uma cultura política, de participação popular, de alguém que uma vez no poder, passasse a fazer um trabalho persistente de ouvir as pessoas nos bairros, nos lugares onde vivem e os problemas acontecem, quando se convoca uma audiência púbica, por falta de hábitos, de incentivos, de resultados concretos, ninguém vai.
Ainda mais hoje com o advento da internet, onde todos se manifestam, sem, no entanto, ter algo palpável, um plano, um projeto a ser realizado, uma necessidade a ser atendida, caindo os lamentos no vazio e na falta de soluções.
Quem sabe jovens políticos a serem forjados em Vargem Grande do Sul agora e no futuro, voltem com ideias como a de reunião de bairros, de participação popular, de associação de moradores e com a ajuda da internet na mobilização destas pessoas, se fortaleçam, criem suas associações, participem dos rumos da cidade, de onde os investimentos devem ser feitos e canalizados e fazem com que prefeito e vereadores deixem o aconchego de suas confortáveis cadeiras e vão aos bairros sentir e resolver os problemas dos seus moradores.
É o que acontece por exemplo, em cidades da Europa, cuja participação nos destinos dos investimentos em saúde, educação, meio ambiente, lazer, cultura, dentre outros, são exaustivamente discutidos e levados a sério pelos moradores e administradores municipais.