Os agitos dos anos 50 e as filmagens de “O Cangaceiro”

O filme O Cangaceiro. Foto: Reprodução

Márcia Aparecida Ribeiro Iared – Diretora de Cultura

Nunca é demais lembrar o “fuzuê” que agitou nossa cidade nos anos 50, quando Vargem era ainda pequena, durante as filmagens do renomado filme: “O CANGACEIRO”.
Naquele inesquecível ano, centenas de alunos repetiram na escola por cabularem as aulas para assistirem as filmagens.
Atores de grande expressão aqui ficaram por um bom tempo hospedando-se em casas de famílias importantes. A cidade se agitou naqueles meses, tomando um outro ritmo. A tão esperada estreia do filme aqui realizado teve que ser repetida por vários dias, pois um grande número de pessoas desejava conferir se aparecia em algum canto das filmagens.
Os jogos da então “Vargeana” lotavam por conta da presença de atores nas suas arquibancadas. A movimentação gerada por este acontecimento mudou o ritmo da pequena cidade. A maioria das tomadas ocorria na Vila Polar onde até hoje pessoas mais antigas contam suas aventuras naquele lado da cidade, onde não só foram realizadas diversas tomadas do filme, como também instalaram os acampamentos.
O querido e saudoso Antônio Fiorini, tinha na época um caminhão que usava também para as compras em Campinas de todo o estoque necessário para o cardápio caprichado que era servido em uma grande mesa montada de tábuas a toda equipe de produção. Milton Ribeiro, Vanja Orico, Mariza Prado e o grande Alberto Rushel eram os atores principais, já renomados da “VERA CRUZ” que naqueles meses aqui ficaram hospedados, para o “frisson” dos vargengrandenses.
Alguns figurantes da cidade também tiveram sua oportunidade de se verem na tela, o que certamente gerava manifestações efusivas durante as apresentações do filme.
“O Cangaceiro” foi um dos filmes nacionais visto por um dos maiores públicos da época.
Quem viu e viveu aqueles agitados momentos de Vargem Grande nunca mais se esqueceu. E aqueles que ainda se lembram, se emocionam, toda vez que ainda têm a oportunidade de ouvir:
“Olê muié rendeira
Olê muié Rendá
Tu me ensina a fazer renda
Que eu te ensino a namora“

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