Doenças respiratórias aumentam durante o inverno

O infectologista Marcelo Luiz Galotti Pereira durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, da Difusora FM

Desde o início do outono, as doenças respiratórias começaram a marcar presença, se intensificando ainda mais no início do inverno. O infectologista Marcelo Luiz Galotti Pereira, muito conhecido em Vargem Grande do Sul, onde atende toda terça-feiras na Vigilância Epidemiológica, no Centro de Saúde Dr. Gabriel Mesquita, concedeu uma entrevista ao Jornal do Meio Dia, da Difusora FM de São José do Rio Pardo, onde afirmou que as doenças respiratórias, típicas do inverno, respondem por 12,4% das mortes no Brasil. A entrevista também circulou no jornal Gazeta do Rio Pardo.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 35% da população do mundo sofre com doenças respiratórias. Conforme informou o médico na entrevista, essas doenças só perdem para os infartos e AVCs, que juntas matam 30% das pessoas acometidas pelos problemas.
Segundo o infectologista, dentre as doenças respiratórias, a pneumonia lidera as mortalidades em adultos e em crianças. “As enfermidades do trato respiratório, chamadas ITRs, são infecções que afetam as partes do corpo humano envolvidas na respiração, incluindo a boca, nariz, seios nasais, garganta, laringe, traqueia, vias aéreas e pulmões”, disse.
“Elas, em geral, são doenças com uma sintomatologia igual. Então, o paciente fica com um pouco de febre, dor de cabeça, mialgia, etc. Mas uma coisa muito interessante é que todas elas têm uma característica muito específica que te puxa para o diagnóstico. Quando se fala das ITRs do aparelho respiratório superior e o paciente diz que está com dor de ouvido, o médico procura otite. Diz que está com o nariz entupido, escorrendo e espirrando, procura rinite. Diz que está com dor forte na face, de pressão, e que quando deita, tosse, tem sinusite”, exemplificou.
Marcelo disse em sua entrevista na Difusora FM que quanto ao aparelho respiratório baixo, que seria do pescoço para baixo, também é fácil identificar. “O paciente procura dizendo que está com tosse de cachorro, deve ser laringite, porque a expiração da laringite é mais difícil e a pessoa faz um som que dá uma tosse diferente”, comentou.
O médico também comentou sobre brônquios, com quadros mais intensos, e também pneumonia. “Nesses casos, o paciente tem febre, tosse, expectoração colorida e, às vezes, até dolorida, porque pega a pleura, um órgão sensível do aparelho respiratório”, pontuou.
Ele lembrou, porém, que as doenças infecciosas têm estágios. O primeiro é a incubação, sem sintomas, o segundo é o período prodrômico com primeiros indícios ou sinais de algo anormal e o terceiro é quando o problema está nítido.

As crianças
Para o médico, é semelhante o que ocorre quando as crianças estão com alguma doença respiratória. Pontuou que as mães costumam procurar qual o problema muito cedo, quando a criança está nos primeiros indícios, sendo difícil identificar o que ela pode ter. Contudo, Marcelo ressaltou a importância de procurar um médico quando a criança estiver com febre, cansaço, tosse e dificuldade de respirar.
O infectologista lembrou que, nesta época do ano, as defesas naturais do organismo ficam comprometidas, em especial as que combatem impurezas que passam pela boca e nariz, chegando aos brônquios, traqueia e aparelho digestivo.
Na entrevista, o médico também comentou que nesse período mais frio, a umidade relativa do ar cai significativamente, o que é muito prejudicial ao pulmão. Além disso, as casas ficam com as portas e janelas fechadas, o que impede a circulação adequada do ar. Marcelo ainda ressaltou que a poluição aumenta no inverno e que o cigarro também afeta o corpo, independente da época do ano.

Resfriado e gripe
Na ocasião, o médico explicou qual é a diferença entre gripe e resfriado. Conforme o informado, os agentes etiológicos são diferentes e as localizações também. Além disso, os resfriados são mais tranquilos, menos violentos, com uma febre baixa, nariz entupido, espirro ou então um leve mal estar. A gripe, porém, possui possibilidade de contaminação bacteriana nos brônquios, podendo causar pneumonia, por exemplo.
Para o infectologista, porém, a bronquite e a asma são as mais difíceis de diagnosticar por ocorrerem nos brônquios. A asma, segundo explicou, é uma doença genética, onde os brônquios fecham pela alergia, dificultando a transição de ar. A bronquite, de acordo com Marcelo, é uma inflamação onde o brônquio se enche de líquido de secreção e dificulta a passagem do ar. Ambas doenças, contudo, respondem bem à inalação.

Como se prevenir
O médico pontuou que a prevenção às doenças respiratórias tem início por uma alimentação saudável diária, boas noites de sono e meia hora de caminhada por dia.
Para aqueles que possuem alguma patologia, como diabetes e hipertensão, Marcelo recomendou que a pessoa cuide da doença, além de lavar bem as mãos e utilizar álcool gel. O infectologista ainda ressaltou que as vacinas são vitais para a imunidade.

Foto: Reprodução Jornal do Meio Dia/Difusora Fm

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui