A luta para unir os bataticultores de Vargem

A Gazeta de Vargem Grande sempre esteve presente nas lutas pelo desenvolvimento de Vargem Grande do Sul e contribuiu para o fortalecimento da agricultura local, com especial destaque na criação da Associação dos Bataticultores. Quer noticiando os principais fatos envolvendo a cultura de batata, quer através de seu diretor Tadeu Fernando Ligabue, que como secretário da Associação Comercial e Industrial na época, ajudou a coordenar os primeiros trabalhos que levaram futuramente à criação da ABVGS.


Uma das primeiras notícias sobre a criação da associação foi estampada na primeira página da edição de nº 262 do jornal, datada de 27 de junho de 1987. O título da matéria era: “Batata: Safra prejudicada” e no subtítulo “Bataticultores poderão criar associação”.
No corpo da matéria, traz o problema enfrentado pelos bataticultores naquela safra, que foi prejudicada pelo excesso de chuvas, com uma quebra na produção estimada em 20%. Outro problema enfrentado pelos agricultores, sempre foi com relação aos calotes recebidos pelos compradores do produto.
Cumprindo seu papel, o jornal entrevistou o engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura na ocasião, Rubens Ferreira Martins acerca do assunto, sendo que o mesmo já tinha entrado em contato com a Associação dos Produtores de Cebola de São José do Rio Pardo e também da Associação dos Bataticultores de Divinolândia, cuja entidade estava em formação.


Também entrevistou o produtor Jeobert Beloni, um dos principais produtores de batata na época, para saber sua posição a respeito, sendo que o mesmo disse ser favorável, pois isso traria uma maior união entre os produtores. Para ele, a classe dos bataticultores em Vargem era muito desunida.
Disse que apesar de Vargem ser grande produtora de batata, não era reconhecida pelo Ministério da Agricultura, o que trazia prejuízo a todos, citando como exemplo, a importação de sementes de batata da Alemanha, que se não tivesse uma entidade reconhecida pelo Ministério da Agricultura, não se conseguia importar.
Jeobert, já falecido, citou o exemplo da associação da cidade de Maria da Fé-MG, onde a entidade era forte e ajudava muito os produtores. Também Jeobert falou da possibilidade de a Associação Comercial e Industrial vir a apoiar a iniciativa de se criar uma associação dos bataticultores em Vargem.
Também a Gazeta de Vargem Grande foi entrevistar o presidente a ACI na época, José Luiz Morandin, que achou ótima a ideia da união dos bataticultores vargengrandenses através de uma associação, colocando à disposição de todos a experiência acumulada pela ACI. Sobre a possibilidade da entidade ceder um espaço para a futura associação dos bataticultores, José Luiz afirmou que iria consultar sua diretoria a respeito.
Na edição do dia 11 de julho de 1987, o jornal Gazeta de Vargem Grande estampou em manchete na sua primeira página o título: “Associação dos Bataticultores” e na matéria explica que prosseguem os entendimentos junto aos plantadores de batata vargengrandenses com a finalidade de formar a Associação dos Bataticultores de Vargem Grande do Sul.


Segundo a matéria, o agrônomo da Casa da Agricultura Rubens Ferreira Martins, juntamente com o secretário da ACI, Tadeu Fernando Ligabue, estiveram na Casa da Agricultura de Divinolândia onde os bataticultores formaram sua Associação e entrevistaram o agrônomo João Batista Vivareli a respeito de como estava sendo a criação da mesma naquele município, para poderem orientar os bataticultores vargengrandenses.
Vivareli explicou então que foi feito um estatuto da entidade, aprovado e publicado no Diário Oficial; feita a abertura dos livros e após iriam proceder a fase de registro em Cartório e Junta Comercial.
Nos planos da Associação de Divinolândia, estavam fazer cotação conjunta para compra de insumos e a importação de batata semente. Ainda no futuro, criar um serviço de proteção ao crédito, cotação de mercado e comercialização dos produtos.
Todos estes dados foram levados aos produtores de batata de Vargem e na entrevista que o jornal fez com alguns pequenos produtores, todos ficaram entusiasmados com a ideia de se criar uma entidade igual em Vargem. Foi o caso do produtor Dalci Geraldino Cavini Vieira, que citou a compra de insumos como muito importante; também o pequeno agricultor Luís Carlos Ferri acatou bem a sugestão, principalmente com a possibilidade de se criar um serviço de proteção ao crédito.
Outro que se entusiasmou foi Sebastião Pereira Filho, gerente do Banespa na época e que também era bataticultor, plantando junto com seu irmão Olavo Pereira de Melo e seus filhos Paulo e Osvaldo. Sebastião disse: “Unidos poderemos até montar uma câmara fria”. Também se posicionou muito favorável à criação de uma associação, o então gerente da agência do Banco do Brasil local, Heitor Zenaro, cuja agência naquele ano de 1987, tinha financiado o plantio de mais de 900 alqueires de batata.
Falando em nome do prefeito Alfeu Rodrigues do Patrocínio, seu assessor Celso Ribeiro, na ocasião responsável pela Festa da Batata, disse que a prefeitura apoiaria a iniciativa dos bataticultores da cidade.

Foto: Arquivo Gazeta

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