A Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana é um dos eventos do calendário cultural e religioso de Vargem Grande do Sul de maior tradição da história da cidade. Afinal, a procissão montada em louvor à Padroeira chega à sua 48ª edição, caminhando firmemente para seu Jubileu de Ouro, que será celebrado em 2026.
É um evento que tem profundas raízes religiosas, com demonstrações emocionantes de fé e de respeito. Além disso, exalta a simplicidade do homem do campo, da base rural e agrícola em que a história de Vargem Grande do Sul se desenvolveu.
Em todo seu trajeto, com partida da Igreja Matriz de São Joaquim, até seu encerramento, logo após a Igreja Matriz de Sant’Ana, os milhares de romeiros de Vargem Grande do Sul, de toda a região e também de cidades do Sul de Minas Gerais, passeiam pelas ruas do município e apresentam ao público momentos de muita emoção.
A entrega dos estandartes e a bênção inicial é, sem dúvida muito especial, pois a simbologia e a honra de carregar cada uma daquelas flâmulas é algo que os cavaleiros ou amazonas escolhidas vão levar para o resto da vida. Há também alguns trechos de muita emoção, como a passagem pela Sociedade Humanitária, onde os velhinhos residentes aguardam ansiosamente a passagem do cortejo.
Outro momento especial é em frente à Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida, onde demonstrando muito respeito, os romeiros tiram seus chapéus para receber as bênçãos do padre e em seguida, passam em frente ao Cruzeiro do Beija-Fitas. O Cruzeiro, aliás, é uma das tradições mais antigas da procissão montada, fazendo parte da primeira romaria, na década de 1970. Este ano, está previsto a passagem e as bençãos ao lado do Cruzeiro, para evitar maiores problemas com o Hospital de Caridade.
O contato com o público na Avenida Hermeti Piochi de Oliveira também é outro ponto aguardado pelos cavaleiros, que depois seguem até a rua do Comércio, passam pelas arquibancadas instaladas na Praça Matriz de Sant’Ana, até o palco das autoridades, onde muitas vezes há apresentações de músicas, demonstrações de habilidades com cavalos e bois. E por fim, seguem para a dispersão, com o sentimento de fé renovado.
Este é o roteiro ideal, seguido por 99% dos romeiros e do público. Mas sempre há alguns, pouquíssimos por sinal, que aproveitam a Romaria para mostrar seu pior lado, o da bagunça, o da bebedeira, o do maus-tratos aos animais. A Comissão Organizadora, composta apenas por voluntários, trabalha com muito empenho, junto com as forças de segurança de Vargem, para que o desfile transcorra sem incidentes, mas para isso é preciso também contar com a conscientização dos participantes.
Discutir maneiras de melhorar o evento, como preservar os animais e como coibir abusos é algo que deve ser feito constantemente e por todos, pois a Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana faz parte da história da cidade e precisa continuar mantendo sua essência, mas evoluindo, para que não se perca, tão pouco seus entusiastas e voluntários. Que Nossa Senhora Sant’Ana abençoe todos os cavaleiros, amazonas e organizadores que participarão de mais esse cortejo. Viva a Romaria! Viva a Padroeira Sant’Ana!