Mario Poggio Jr.
Há alguns anos lemos a obra de Fernando Morais, intitulado “Na Toca dos Leões”, que conta sobre o publicitário Washington Olivetto e sua premiada agência “W”. Narra como o profissional teve que procurar novos caminhos para manter a equipe motivada.
Recentemente tivemos a celebração do “Dia do Escritor” e nos recordamos da trajetória da jornalista “Lígia de Paiva Ligabue”, que incansável procura novos desafios, que a obriguem a se atualizar.
Começamos a acompanhar seu trabalho pelas crônicas veiculadas na Gazeta de Vargem Grande e pela Revista Educação, onde participou da produção de excelentes matérias, como por exemplo: “Ideais Partidos”, de março/2004.
Residindo em São Paulo, desenvolveu reportagens ligadas ao meio ambiente, luta por moradia, educação, direitos da população LGBTQIA+ e igualdade de gênero. Foi finalista de prêmios de jornalismo e ganhou uma menção honrosa no Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, da OAB do Rio Grande do Sul.
Em busca de novos desafios, atuou por seis anos no “Jornal da Cidade”, veiculado diariamente em Bauru, cidade com aproximadamente quatrocentos mil habitantes.
Retornou a Vargem Grande do Sul em 2011, quando assumiu a edição do jornal Gazeta de Vargem Grande, fundado em 1981 por seus pais Tadeu Fernando Ligabue e Fátima Eunice de Paiva Ligabue. Exerceu o cargo durante 11 anos, contribuindo para a modernização da redação, a ampliação da cobertura on-line do jornal e escrevendo importantes reportagens que retrataram parte da história do município nesse período.
Mas, em 2022, surgiu oportunidade de residir na Dinamarca, localizada no norte da Europa, uma experiência que reputamos fascinante.
Então, a jornalista teve que se reinventar para atuar à distância em um momento que a informática entra mais e mais em nossa vida.
Assim, com muito estudo e força de vontade, atua com marketing digital, de forma remota, para atender agências de publicidade, mas sem se desligar de suas responsabilidades profissionais ligadas à Gazeta de Vargem Grande.
“Para se escrever bem, é preciso ler muito. Aprendi isso com meus pais, que sempre foram leitores vorazes e incentivaram eu e minhas irmãs a lermos muito. Quando criança, frequentava assiduamente a biblioteca municipal e me lembro de ter meu cartãozinho de registro dos empréstimos de livros sempre cheio. Na escola, adorava as aulas de redação e minha mãe me incentivou a começar a escrever crônicas, coisa que faço desde a adolescência. Além disso, comecei a escrever muito cedo para a Gazeta, o que ajudou muita na escolha da minha profissão”, contou Lígia.
“Vargem Grande do Sul tem escritores maravilhosos, me lembro de muitos textos da dona Lygia de Freitas, uma pessoa fantástica que tive o privilégio de conviver, assim como sr. Benedito Bedin, Zezé Miranda e Dôra Avanzi, que me mostraram diferentes maneiras de se contar histórias. São pessoas que já se foram e deveriam sempre ser lembrados pelo talento e por tudo que contribuíram com seus textos”, lembrou. “A cidade tem ainda muitos talentos que precisam ser valorizados e na Gazeta de Vargem Grande sempre haverá espaço para suas colaborações. Acredito que essa também é a missão do jornal, mostrar o que Vargem tem de melhor”, disse.
“E dentre esses escritores, meu pai, Tadeu Ligabue, também é uma grande inspiração. Seu amor por Vargem, pelo seu desenvolvimento, seu incansável trabalho com a Gazeta, em trazer sempre notícias importantes para a vida das pessoas se reflete em todos os textos que ele escreve. Além do jornalismo, ele também se aventura em crônicas e em poemas, escritos em qualquer pedaço de papel que encontra e que minha mãe foi guardando nesses mais de 40 anos em que estão juntos”, revelou Lígia. “Gostaria de agradecer aqui ao Mario Poggio Jr. que, grande escritor e guardião da história de Vargem e dos seus moradores, se interessou pela minha trajetória. Muito obrigada, Mario, pelo carinho”.