Pedro Hayashi esteve em Moçambique dando curso sobre batata

Objetivo do curso teórico e prático era aumentar a produtividade da batata plantada no solo moçambicano
Objetivo do curso teórico e prático era aumentar a produtividade da batata plantada no solo moçambicano

O engenheiro agrônomo Pedro Hayashi, 68 anos, vargengrandense, produtor de batata semente, que possui uma empresa de melhoramento genético de batata e também dá consultoria na área, esteve na semana passada em Moçambique, na África, a convite do governo daquele país e também do Centro Internacional de La Papa-CIP, sediado no Peru e com atuação em vários países do mundo, para ministrar um curso teórico e prático sobre o cultivo da batata.
Segundo consta no portal do governo, “Moçambique, oficialmente designado República de Moçambique, fica localizado na costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Tanzânia, a noroeste pelo Malawi e Zâmbia, a oeste pelo Zimbabwe, a leste pelo Canal de Moçambique e Oceano Índico, e a sul e sudoeste pela África do Sul e Suazilândia. Tem uma área de 801.590 km² e uma população estimada em 27.909.798 habitantes (dados do Censo 2017). Obteve a sua independência a 25 de junho de 1975, após quase cinco séculos de dominação colonial estrangeira imposta por Portugal. Faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da SADC, da Commonwealth, da Organização da Conferência Islâmica e da ONU”.
O CIP e o governo moçambicano desenvolveram um programa para incrementar a produção de batata naquele país e Pedro Hayashi foi convidado, juntamente com o engenheiro agrônomo Natalino Shimoyama, diretor executivo da Associação Brasileira de Batata-ABB para ministrar o curso, dado sua experiência em cultivo de batata sob alta temperatura e umidade, que também caracteriza o solo e o clima africano.
Muito conhecido na área em que atua, Pedro Hayashi é sócio juntamente com a filha Erica Hayashi, da Soleil Papa, uma das poucas empresas a produzir batata-semente em mudas e minitubérculos no Brasil. Também é colaborador da ABB e de várias entidades de pesquisas, como as universidades ESALQ, Unesp, Embrapa, o Instituto Biológico de São Paulo, dentre outras.
No ano passado, seu trabalho na área foi reconhecido ao ter seu nome dado a uma nova bactéria pelo Comitê Internacional, a Streptomyces hayashii. Em Vargem já presidiu a Associação dos Bataticultores de Vargem Grande do Sul-ABVGS e também a Cooperbatata.
“O Brasil hoje é uma referência em cultivo de batata em solos tropicais e tentamos passar o máximo possível da experiência que adquirimos nestes 37 anos de cultivo de batata. Foi muito gratificante poder passar nossos conhecimentos para pessoas que não tiveram a oportunidade de aprofundar o aprendizado nesta área e também os investimentos necessários para produzir batata em quantidade e qualidade que eles necessitam”, afirmou ao jornal.
Explicou que o plantio de batata em Moçambique ainda é rudimentar, se comparado com as técnicas usadas na nossa região, pois os produtores moçambicanos não tem ainda a tecnologia e a infraestrutura que o Brasil dispõe. “Eles plantam ainda em covas, sobre um camalhão (monte de terra), utilizando sulcos, muitas vezes feitos na enxada. O cultivo é todo feito à mão”, explicou o agrônomo vargengrandense.

O curso foi ministrado a convite do governo da África e também do Centro Internacional La Papa-CIP

O curso foi realizado entre os dias 14 e 19 de outubro, no Instituto de Investimento Agrícola, junto à Universidade Católica de Moçambique, na cidade de Lichinga. Participaram cerca de 160 pessoas, entre produtores, técnicos e professores da área.
Pedro Hayashi comentou que o curso envolveu técnicas de laboratório, cultura em tecido, pragas, doenças, análise de solo, como plantar, irrigar, dentre outros ensinamentos que tinham por finalidade aumentar a produtividade da batata plantada em solo moçambicano. Para o engenheiro, os produtores daquele país estão defasados em relação ao cultivo de batata como hoje é feito no Brasil. “Eles estão atrasados algumas décadas em relação a nós”, afirmou.
“Por isso, temos a obrigação de compartilhar o que sabemos e isso é muito gratificante”, disse Hayashi. O curso foi inteiramente gratuito, com o engenheiro vargengrandense e seu colega de pesquisa não cobrando nada para participarem do mesmo.
Disse que foram bem acolhidos, que os moçambicanos são simpáticos, alegres, que houve um bom entrosamento, que muito conhecimento pode ser passado aos produtores e técnicos do país africano e que foram convidados a voltar novamente a Moçambique, estreitando ainda mais a relação entre os produtores de batata daquela região tropical.

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