Foi no Guia de Compras de Natal de 2003 que elas começaram a aparecer, ainda tímidas, foram somente duas receitas naquele ano, uma de peru e outra de bolo de nozes. Provavelmente foram retiradas de alguma revista de receitas, pois não traziam seus autores, nem de onde procediam.
Com o passar dos anos, a redação do jornal começou a procurar entre os muitos cozinheiros de Vargem Grande do Sul, suas receitas prediletas para o Natal e passou a publicá-las no Guia. Este ano estão sendo editadas 12 receitas para deleite dos leitores, delícias que vão desde uma deliciosa “Casquinha de siri” de autoria de Lúcia Cachola; um “Bolo de vinho do Porto” de Anderson Fabiano Martins, “Rabanada com creme inglês”, da Carolina Cossi; a “Lasanha natalina” de Denyse Balarin; a “Costela de boi recheada” de Heloisa Rega Bedin; o “Arroz farofa” do José Roberto Pereira Lima; “Pavê de frutas vermelhas” de Laura Cavalheiro Bicas; “Arroz ao champagne e cogumelos” de Márcia Iared; “Queijo brie folhado” de Natalie Ellen Vidale; “Salada de grão de bico com bacalhau”, de Nathália Aliende, “Peito de peru ao molho de champignon” e “Tender com abacaxi” de Tata Ranzani.
É um imenso prazer para a redação do jornal poder contar com a participação de tão especiais colaboradores para com o Guia de Compras de Natal, que muitas vezes deixam seus afazeres para poderem prestigiar os leitores com suas especiarias de forno e fogão.
Como já frisamos em outras edições, ter a generosidade de compartilhar estas delícias com outras pessoas, é uma imensa satisfação. A ceia de Natal é um momento especial e pode se tornar inesquecível para muitos corações. Também poder desfrutar de um prato especial na ceia de Ano Novo, é uma magia que pode se tornar realidade a partir das receitas publicadas pelo Guia, uma vez colocadas em prática.
Citando o jornalista e crítico de cinema Rubens Ewald Filho, a respeito do filme “A festa de Babette”, queremos através desta reflexão, mostrar o quanto é gratificante poder compartilhar um prato com outras pessoas: “Babette conhecia os segredos de produzir alegria pela comida. Sabia também que, depois de comer seus pratos, as pessoas não seriam as mesmas. Os convidados para o banquete também intuíam isso, mas tinham medo de sucumbir aos prazeres do palato, como se ele fosse impuro, demoníaco até. Na festa de Babette, a “bruxaria” tem efeito pacificador: os sabores amaciam velhas rixas, a dureza do corpo e até das rugas se desfaz, alisadas pelo paladar. As máscaras caem, e os rostos, endurecidos, ganham expressão, cor, sorrisos, simpatia. Ganham humanidade. O céu estava ali, naquela mesa, e era possível perceber isso sem morrer. Conclusão? O paraíso terreal existe nos raros momentos de magia e encantamento, aqueles em que nos tornamos crianças outra vez”.
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