Editorial: Dia Internacional das Mulheres e os desafios para a igualdade

As mulheres são a maioria no país. Conforme o censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 203.080.756 brasileiros, cerca de 104,5 milhões são mulheres, o que representa 51,5% da população. Em Vargem Grande do Sul, elas também são a maioria e correspondem a 50,83% dos 40.133 habitantes registrados na cidade.
A população feminina é enorme e ao longo dos anos de luta, pode celebrar muitas vitórias, como o direito ao voto, uma conquista de 1932, além de garantias de direitos trabalhistas e civis trazidos pela Constituição de 1988, que trouxe em seu texto a igualdade de gênero como lei. Outra importante conquista foi a Lei Maria da Penha, de 2006, que pune com mais rigor agressores de mulheres, além de estabelecer medidas de proteção à mulher vítima de violência.


E se o Dia Internacional das Mulheres, celebrado neste sábado, dia 8, é uma oportunidade para comemorar todas essas conquistas e festejar a fibra e a luta da mulher, além de sua importância para a sociedade brasileira, é também um momento para se refletir o quanto ainda a sociedade precisa caminhar para uma verdadeira igualdade de direitos entre os gêneros.
Um dos grandes desafios é a disparidade salarial. Segundo o IBGE, mulheres ganham cerca de 22% a menos do que os homens no Brasil, mesmo quando ocupam cargos e funções semelhantes. Ainda na economia, mulheres enfrentam dificuldades para ascender na carreira e enfrentam preconceito quando se dedicam a uma profissão que pode ser historicamente ligada aos homens.


Já no quesito segurança pública, as mulheres brasileiras vivem uma sombria realidade. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete horas. Outro dado alarmante: a cada 9 horas, uma mulher é vítima de violência sexual no país. Segundo o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Sinesp), foram ao menos 78.463 casos de estupro ao longo de 2024, o que resultou em 214 vítimas por dia.
Para que esses números passem a fazer parte do passado, é preciso se investir muito em educação, capacitação para o emprego, acolhimento para vítimas de violência, aprimoramento de políticas públicas voltadas para as mulheres, em especial, as que se encontram em situação de risco.


Assim, é preciso também que mulheres passem a fazer mais parte da vida política da cidade e do país e também que ocupem mais cargos de liderança. Em Vargem Grande do Sul, o Legislativo conta atualmente com duas vereadoras, Giovana Carvalho (MDB) e Vanessa Martins (PL). Já na prefeitura, entre os 21 diretores de departamentos, há apenas seis mulheres: Eva Vilma da Silva Rodrigues, da Ação Social; Talita de Cássia Moraes, da Administração; Márcia Iared, da Cultura; Renata Taú, da Educação, Rosângela Barion, chefe de Gabinete, e Luciana Morandim Gambaroto Garcia, do Obras.
É preciso que mais mulheres sigam lutando, estudando, liderando famílias, criando seus filhos, trabalhando e sonhando com um mundo mais igual para que o futuro de Vargem Grande do Sul seja mais igualitário para homens e mulheres.

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