Editorial: Quando se endividar é necessário

Segundo o informado, a obra está 85% concluída

Investir em infraestrutura em cidades pequenas como Vargem Grande do Sul, cuja receita está sempre a desejar, é um desafio para seus administradores. Com pouca sobra em caixa, para fazer altos investimentos com recursos próprios é quase impossível, daí a necessidade de se recorrer a empréstimos do governo, para que obras necessárias e que exigem grandes recursos sejam realizadas.
Para tanto, o município precisa provar ao governo que tem capacidade de pagar o que está pleiteando, deve estar com suas contas em dia, ou seja, com o nome limpo, apresentar um projeto que seja exequível e que tenha liderança política para que ao ser submetido o empréstimo à Câmara Municipal, tenha a aprovação dos vereadores.
Foi isso que aconteceu durante a gestão do prefeito Amarildo Duzi Moraes (MDB), ao contratar alguns empréstimos para obras de infraestrutura, principalmente a ligada ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto-SAE, visando modernizar o armazenamento e distribuição de água do município.
Como o SAE não tinha condições de realizar os empréstimos, o prefeito tomou a dianteira de fazê-lo através da prefeitura que tinha as garantias necessárias exigidas pelo órgão financiador, com a condição do SAE realizar os pagamentos.
Foi estudado inclusive a possibilidade de se terceirizar o serviço de água da cidade, com estudos junto à Sabesp na época, dado o alto valor dos investimentos que seriam necessários para modernizar o sistema de tratamento e distribuição de água do município, mas o prefeito acabou por não privatizar o setor e fazer os investimentos por conta do município.
Com capacidade para o endividamento, só para fazer frente às trocas dos antigos encanamentos do Centro Expandido, da Vila Santa Terezinha e da Vila Polar Expandida (quando são contemplados outros bairros próximos), o empréstimo passa dos R$ 17 milhões e serão pagos a partir da atual gestão do prefeito Celso Ribeiro (Republicanos).
O valor contraído em 2023, foi dividido em 96 parcelas, oito anos portanto, com dois anos de carência, devendo a conta somente deste empréstimo, a começar a ser paga ainda este ano. O endividamento cobra um preço ao gestor que assume, o de controlar os gastos da prefeitura, pisar no freio, tendo em vista que parte da receita já está comprometida.
Em contrapartida, se Amarildo não tivesse feito os empréstimos e os investimentos necessários no setor de água, poderia ser que os prefeitos que o iriam substituir (não se sabe quem seria na época), poderiam não ter a mesma liderança e capacidade para fazer o que era preciso no SAE, que modernizado e com menos perda, poderá ter receita suficiente para pagar os empréstimos contraídos.
Como é sabedor, os prefeitos passam, o cargo é temporário, mas as obras ficam. Se bem executadas e geridas, quem sai beneficiado é a população. Se fosse o contribuinte vargengrandense esperar para que a prefeitura tivesse dinheiro em caixa o suficiente para realizar as obras nas redes de água, iria ter que aguardar por muitos anos e quem sabe a obra nem sairia, a depender do prefeito que assumisse o governo.
Agora resta ao sucessor de Amarildo gerir bem os recursos municipais, de fato colocar o pé no freio, para poder fazer frente aos empréstimos realizados e pelo que se tem notícia, estão sendo bem utilizados em prol da população, como é o caso da melhoria do tratamento e distribuição de água em Vargem Grande do Sul.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui