A mulher vargengrandense na política

Neste domingo é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Uma data não apenas para mandar flores e parabenizar as mulheres, mas acima de tudo, para lembrar que apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito e conquistado.

Atualmente, ser feminista é tratado como algo pejorativo. Como se lutar por direitos de uma minoria fosse algo ruim, feio, indesejado. Ser feminista no Brasil hoje é entender que quando se nasce mulher, a pessoa já inicia a vida com previsão de receber um salário 20% inferior aos homens segundo o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só pelo fato de ser mulher.

Além disso, só pelo fato de ser mulher, a pessoa corre mais risco de ser assassinada em situações de violência doméstica. Os casos de homens matando mulheres por ciúmes, violência sexual, sentimento de posse são infinitamente superiores aos mesmos casos envolvendo homens mortos por mulheres. Só pelo fato de ser mulher, um homem se sente no direito de tirar sua vida por ciúmes.

Caso a mulher seja negra, a incidência de morte violenta aumenta muito. Se for mulher, negra e pobre, a expectativa de vida cai drasticamente.

Por isso o feminismo é necessário. Empoderamento feminino, uma expressão que tem sido demonizada por muitas pessoas, é uma necessidade extrema. Mulheres acusando outras de serem “feminazis” chega a ser triste. Se você é uma mulher classe média, escolarizada, que ganha razoavelmente bem, pode votar, pode ser eleita, foi justamente por conta da luta antiga de feministas.

Mas para os números melhorarem, é preciso aumentar a representação política das mulheres. Vargem Grande do Sul é um exemplo de como o protagonismo feminino na política deixa a desejar. A atual composição do Legislativo não conta com nenhuma mulher. Em 17 Legislaturas, com mais de uma centena de vereadores eleitos, apenas seis mulheres ocuparam uma cadeira na Câmara.

De acordo com a Fundação Seade, a população vargengrandense é estimada em 41 mil habitantes em 2020. Desse total, 21 mil são mulheres. Ou seja, a maioria da população e consequentemente, a maioria dos eleitores. Assim, é preciso levar essa proporcionalidade para a Câmara. Um Legislativo mais diversificado corresponde a um retrato mais fiel da população. Que nas eleições de outubro, as mulheres de Vargem busquem exercer não somente seu direito de votar, mas principalmente o de ser votada.

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