Ministério da Saúde passa a defender uso de máscaras

Aline Fagan é otorrinolaringologista. Foto: Arquivo Pessoal

Comum em muitos países, principalmente nos asiáticos como Coreia do Sul, Japão e também na China, o uso de máscaras para se proteger contra a gripe e agora também contra o coronavírus, pode vir a ser uma das armas para combater a epidemia que atinge o Brasil e pode se alastrar também em Vargem Grande do Sul.
Recentemente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu o uso de máscaras caseiras para quem não é profissional de saúde. Segundo o ministro, as máscaras de pano funcionam bem no dia a dia e as cirúrgicas estão em falta no mercado, sendo elas fundamentais dentro das unidades de saúde e dos hospitais.
Explicou o ministro que quem está em comunidade, nas cidades, nas ruas e onde o comércio essencial está funcionando, o uso da máscara de pano pode contribuir muito para evitar a contaminação do vírus e que ela é a coisa mais simples de se fazer. “Faça a sua mesmo e faça as medidas de higiene”, solicitou Mandetta.

Médica fala sobre a necessidade do uso da máscara

A médica otorrinolaringologista Aline Garcia Fagan, fellowship em cirurgias endoscópicas de nariz e pós graduada em estética facial, deu entrevista à Gazeta de Vargem Grande onde falou sobre a Covid-19 e também da necessidade agora de se usar máscaras no Brasil.
Explicou que o esse novo vírus, também chamado de novo coronavírus, chama-se SARS-Cov-2 e provoca a doença chamada Covid-19. Ele foi identificado no final do ano passado, com o primeiro caso na China e desde então, disseminou-se pelo resto do mundo.
“Ele é um vírus com potencial de transmissibilidade muito grande. Sua transmissão ocorre através de gotículas que saem da nossa respiração e fala. São partículas invisíveis que contêm o vírus que pode durar até três horas no ar”, explicou.
Uma das particularidades deste vírus, segundo a médica, é que a maioria das pessoas contaminadas por ele não apresenta sintomas, ou apenas sintomas de resfriado leve e que os principais são: febre, tosse, coriza, diminuição de olfato e dificuldade para respirar.

Importância do isolamento social

Por se transmitir muito facilmente e a maioria das pessoas contaminadas não apresentar sintomas, para a médica vargengrandense o isolamento social é muito importante. “Primeiro por ser um vírus extremamente fácil de se propagar e segundo porque a maioria das pessoas que transmitem esse vírus não sabem que estão contaminadas. E é aí o grande problema social’, afirmou na entrevista.
Para a doutora, infelizmente os pacientes idosos compõem grande parte do grupo de risco. São eles que na maioria dos casos cursam com os sintomas mais graves, podendo chegar à morte.
Pessoas com doenças crônicas como obesidade, hipertensão arterial, diabetes, doenças pulmonares e em tratamento oncológico também fazem parte desse grupo de risco. “Mas não podemos esquecer que pessoas jovens e sem comorbidades prévias também estão sendo acometidas por esse vírus de forma fatal”, alertou a médica vargengrandense.

Em Vargem muitas pessoas já estão produzindo máscaras. Foto: Arquivo Pessoal

O uso de máscaras para se proteger

Além da higiene básica que todos já sabem sobre lavar as mãos com água e sabão, passar álcool em gel 70%, manter distanciamento de pelo menos dois metros entre as pessoas, colocar o cotovelo na boca ao tossir, evitar levar as mãos à boca, nariz e olhos, a médica otorrinolaringologista indica o uso de máscaras também.
A dra. Aline falou que uma nova orientação que se iniciou no dia 2 de abril, está prescrevendo o uso de máscaras para todos, mesmo em pessoas assintomáticas, pois notou-se que os países em que foram adotadas tais medidas tiveram um número menor de transmissão da doença.
“Porém como não há máscara para todos, inclusive nós médicos estamos com número reduzido de equipamentos de proteção individual (EPI) nos hospitais, nós sugerimos que a população faça máscaras caseiras, como divulgado em vários vídeos na internet, inclusive no site do Ministério da Saúde onde é ensinada a confecção das máscaras de pano”, comentou.
A médica até indicou alguns tipos de tecidos para se fazer as máscaras, como: algodão, tricoline e tnt. “Orientamos que dobre duas vezes o tecido para que se torne dupla face e melhore a barreira física contra o vírus”, ensinou.
Dra. Aline Garcia Fagan lembrou que a máscara é individual, deve cobrir o nariz e a boca e após ser colocada no rosto não deve ser tocada com as mãos.
“Ao chegar em casa retire a máscara pelo elástico preso atrás das orelhas e a coloque direto para lavar. Elas devem ser lavadas com água sanitária e deixadas de molho em torno de 20 minutos e após estarem secas podem ser reutilizadas”, explicou.

Cuidados

A médica alertou que todas estas medidas não libera as pessoas do auto isolamento por enquanto, mas ajuda naqueles momentos em que a pessoa precisa sair de casa para ir à farmácia, ao supermercado e até para as pessoas que ainda continuam trabalhando nos locais permitidos. Para ela, a ideia é diminuir a transmissão da doença.
Finalizando sua entrevista ao jornal Gazeta de Vargem Grande, dra. Aline Garcia Fagan disse que a grande questão é que o SARS-Cov-2 ainda é um vírus muito novo para todo o mundo e a cada dia descobrimos algo diferente sobre ele. “Como nosso país ainda está em uma fase de crescimento no número de pacientes infectados é importante exercermos de forma responsável as orientações dadas pelos profissionais da saúde”, finalizou.
A reportagem da Gazeta de Vargem Grande recebeu o vídeo feito pela médica que pode ser acessado no site do jornal, na sua página do Facebook e também do Instagram.

 

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