Apesar da quarentena imposta pelo governo do Estado, que proíbe a abertura do comércio devido à pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, neste sábado, dia 9 de maio, antevéspera do Dia das Mães, o comércio de Vargem Grande do Sul está funcionando com a maioria de suas lojas abrindo e atendendo aos consumidores somente com meia porta.
No começo desta semana, já se notava que muitas lojas, bares e prestação de serviços como cabeleireiras, dentre outras atividades, vinham contrariando as normas impostas pelo decreto do governador João Doria (PSDB), que só permitia o funcionamento de serviços essenciais e passaram a atender aos consumidores.
Os empresários estavam aguardando o pronunciamento do governador para saber se as medidas seriam abrandadas. Mas, no pronunciamento realizado na sexta-feira, Doria estendeu a quarentena até 31 de maio.
Conforme o decreto governamental, desde o dia 24 de março, apenas os serviços essenciais estão abertos ao público, como medida para conter o avanço da covid-19. O governo prorrogou o prazo devido ao aumento da incidência de contaminados e mortes verificadas no Estado, que agora também vai aumentando nas cidades do interior, como é o caso de Vargem Grande do Sul que até então não tinha nenhuma confirmação de infectados pelo coronavírus e nesta semana registrou seus primeiros dois casos.
Porém, os proprietários estão tomando alguns cuidados que a pandemia da covid-19 requer, como a obrigação do uso de máscara, o uso de álcool gel à disposição dos clientes e procurando manter o distanciamento entre as pessoas e um cliente por caixa de atendimento para evitar aglomerações.
Em algumas cidades da região, como Porto Ferreira, decreto do prefeito Rômulo Luís de Lima Ripa (PSD) publicado no dia 23 de abril, está permitindo a retomada gradativa das atividades de serviços não essenciais suspensas por conta da quarentena, com a determinação de seguir as regras gerais sanitárias para o distanciamento social seletivo.
Com a prorrogação da quarentena por mais 21 dias e com as primeiras notificações de doentes em Vargem, os comerciantes locais deverão aguardar novos pronunciamentos e atitudes do prefeito Amarildo Duzi Moraes e de autoridades como o Ministério Público com relação à quarentena, se vai manter o atual estado de funcionamento com meia porta aberta ou se de fato vai impor o fechamento do comércio conforme determina o goveno estadual, deixando em funcionamento apenas os serviços considerados essenciais.
Vendas
As vendas do Dia das Mães devem cair drasticamente este ano. Era para o resultado ser bem pior, caso os comerciantes não tivessem trabalhando à meia porta, como está acontecendo neste sábado. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a crise provocada pelo coronavírus deve acarretar uma queda projetada em 59,2% em relação ao ano passado. Considerada a segunda data mais importante no calendário varejista brasileiro, as vendas do Dias das Mães era uma esperança para muitos lojistas de equilibrar um pouco o grande prejuízo que vem amargando desde que a quarentena foi imposta e que as lojas estão fechadas.
Segundo a CNC, o ramo de vestuário e calçados é o que apresenta a maior expectativa de encolhimento durante o Dia das Mães, com queda de 74,6%, seguido pelas lojas especializadas na venda de móveis e eletrodomésticos, com perda de 66,8%, e pelo segmento de artigos de informática e comunicação, com retração de 62,5%.
Alternativas
Com a pandemia e a quarentena, muitos empresários vargengrandenses estão procurando alternativas para impulsionar as vendas. É o caso do empresário Fabrício Misurini, da loja O Bonzão Móveis. Ele disse que sua venda on-line está tendo um bom resultado para o Dia das Mães. “Nossas vendas pelas redes sociais aumentaram muito e é o que está compensando, dado à retração das vendas em nossas lojas físicas, devido à quarentena imposta para conter o coronavírus”, disse.