A quarentena imposta em todo estado como medida de prevenção à contaminação da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus deve começar a ser abrandada nesta segunda-feira, dia 1º de junho. A determinação foi anunciada pelo governador João Doria (PSDB) na quarta-feira, dia 27. O Plano São Paulo prevê índices de ocupação hospitalar e de evolução de casos em 17 regiões do estado para definir cinco níveis restritivos de retomada produtiva segundo critérios médicos e epidemiológicos para que o sistema de saúde continue em pleno funcionamento.
Vargem Grande do Sul se encontra na fase 2, identificada pela cor laranja, e vai poder reabrir de maneira controlada, comércio e serviços específicos. No entanto, os casos de covid-19 na cidade não param de crescer. Até a sexta-feira, eram 25 casos positivos, sendo 13 pessoas já recuperadas e felizmente, não há nenhum paciente internado.
“Até o dia 31 de maio, a quarentena em São Paulo vai salvar 65 mil vidas. Abrimos sete hospitais de campanha, aumentamos em 60% o número de leitos em hospitais públicos, já temos 600 novos respiradores em operação”, afirmou o Governador. “A fase denominada retomada consciente seguirá a orientação da ciência, com dados técnicos para permitir a gradual e segura retomada”, acrescentou Doria.
O plano foi elaborado por autoridades estaduais em sintonia com especialistas do Centro de Contingência do coronavírus e do Comitê Econômico Extraordinário que atuam voluntariamente em apoio ao Estado. Os eixos principais das cinco fases de reabertura também foram discutidos com prefeitos e representantes de diversas associações comerciais e empresariais.
Cidades
As normas do Estado autorizam prefeitos de cidades a conduzir e fiscalizar a flexibilização de setores segundo as características dos cenários locais. Os pré-requisitos para a retomada são adesão aos protocolos estaduais de testagem e apresentação de fundamentação científica para liberação das atividades autorizadas no Plano São Paulo.
As cinco fases do programa vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). A escala será aplicada a 17 regiões distintas do território paulista, de acordo com a abrangência dos DRSs (Departamentos Regionais de Saúde), que são subordinados à Secretaria de Estado da Saúde. São os DRSs que determinam a capacidade de atendimento, transferências de pacientes e remanejamento de vagas de enfermaria e UTIs nos municípios.
Vargem Grande do Sul faz parte da DRS 14, com sede em São João da Boa Vista. De acordo com o exibido pelo governo do Estado, a área da DRS 14 está na zona fase 2 (laranja) da reabertura e pode flexibilizar as medidas de isolamento social, que deverá ser feito por decreto e observando planos regionais e com fundamentação científica.
Em vídeo postado na quinta-feira, o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB), lembrou que durante o período de quarentena foram realizadas mais de 30 reuniões com representantes de diversos segmentos do comércio. Na quinta-feira, dia 28, houve uma reunião com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Vargem, Marcelo Terra e o diretor da ACI, José Roberto Pereti, para debater a determinação do governador.
De acordo com Amarildo, o comércio de Vargem voltou a funcionar de maneira restrita e parcial, obedecendo uma série de medidas de prevenção sanitárias, o que foi possível justamente pelas conversas constantes com os empresários. Assim, segundo o prefeito, para a próxima semana, nada deve mudar em Vargem com relação ao funcionamento dos estabelecimentos.
Amarildo disse ainda que nos próximos dias, mais reuniões serão realizadas para a definição dos próximos passos da reabertura. No entanto, ele reforçou a necessidade das medidas de prevenção, uma vez que os casos de covid-19 na cidade estão aumentando.
“A você cidadão vargengrandense, proteja-se e não se exponha de maneira desnecessária, lembrando que o número de casos está aumentando. Quem não tem necessidade, fique em casa”. Amarildo alertou ainda para que as pessoas continuem a higienização das mãos, mesmo no frio, evitando apertos de mão, abraços, entre outros.
Aulas e eventos
Em todos os 645 municípios, a indústria e a construção civil seguem funcionando normalmente. A interdição total de espaços públicos, teatros, cinemas e eventos que geram aglomerações – festas, shows, campeonatos etc – permanece por tempo indeterminado. A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão.
Fases
Com exceção da capital, todos os municípios da Grande São Paulo e também da Baixada Santista e de Registro permanecem na fase vermelha e não terão nenhum tipo de mudança na quarentena em vigor desde o dia 24 de março.
Nas demais fases, haverá flexibilização parcial em diferentes escalas de capacidade e horário de atendimento. A etapa laranja, na qual Vargem se encontra, prevê retomada com restrições a comércio de rua, shoppings, escritórios, concessionárias e atividades imobiliárias. Os demais serviços não essenciais continuam fechados.
Na fase amarela, haverá reabertura total de serviços imobiliários, escritórios e concessionárias segundo protocolos sanitários. Comércio de rua, shoppings e salões de beleza, além de bares, restaurantes e similares poderão funcionar com restrições de horário e fluxo de clientes.
As regiões que chegarem à fase verde poderão atenuar as restrições ao funcionamento de todos os setores da fase amarela. Academias de ginástica e centros de prática esportiva também voltarão a receber frequentadores, desde que respeitados limites de redução de atendimento e as regras sanitárias definidas para o setor.
Segundo o governo, as fases são determinadas pelo acompanhamento semanal da média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período. Uma região só poderá passar a uma reclassificação de etapa – com restrição menor ou maior – após 14 dias do faseamento inicial, mantendo os indicadores de saúde estáveis.
Isolamento
O distanciamento social ainda é a principal recomendação para conter a disseminação do coronavírus. Mesmo com a reabertura em São Paulo, há exigência do isolamento social das pessoas de grupos de risco, como maiores de 55 anos, portadores de doenças cardíacas e/ou crônicas e pacientes imunodeprimidos ou em tratamento oncológico.
De acordo com Dimas Covas, que coordena o Centro de Contingência do coronavírus e dirige o Instituto Butantan, a população ainda precisa encarar o isolamento como meta para permitir que os serviços de saúde continuem com capacidade para atender os pacientes com COVID-19 em enfermarias e UTIs.
“Sem medidas de isolamento, nós chegaríamos a algo em torno de 1 milhão de casos no estado de São Paulo. Nós estamos com 84 mil neste momento. Isto mostra quão efetivas foram as medidas de isolamento”, afirmou Dimas Covas. “Com as medidas, foi possível até o momento poupar 65 mil vidas”, concluiu.