Voçoroca ainda preocupa moradores da Cohab 6

Depois de anos lutando para realizar o sonho da casa própria, muitos moradores estão vivendo o pesadelo da ameaça de suas residências irem para o buraco. Literalmente. A grande erosão existente ao lado dos Conjuntos Habitacionais Alceu Morandin e Antônio Ribeiro Filho, as Cohabs 5 e 6, continua sendo uma grave ameaça aos imóveis, que estão a poucos metros da voçoroca.
O problema começou há cerca de 10 anos, no início da construção dos conjuntos habitacionais. A água da rede de escoamento dos novos bairros foi direcionada para uma área de pasto nas imediações. Com o fluxo concentrado, a velocidade da água começou a levar o solo, provocando inúmeros problemas. Agricultores perderam açudes, que foram completamente assoreados pela terra carreada.
Conforme a Gazeta já vem noticiando nos últimos anos, o caso, além de denunciado pelo jornal, pela família proprietária da área onde a cratera se formou e que já entrou na Justiça pedindo a reparação do problema, também foi levado a Câmara na gestão da legislatura anterior, pelo atual vice-prefeito José Roberto Rotta (PPS).
Mas a solução do problema, além de não ser nada simples, também depende de obras muito caras. A discussão para a solução do problema avançou na atual gestão de Amarildo Duzi Moraes (PSDB), que conseguiu junto ao Estado iniciar o estudo para as obras no local.

Obras
O projeto foi desenvolvido pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos e licitado pelo Estado. O plano prevê algumas fases. A primeira delas consistia na captação e retirada da água de chuva do local, causadora do problema. O recurso fora obtido junto à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente.
As obras foram executadas pela empresa BMC Engenharia e Construção Ltda, inscrita no CNPJ n.º 38.905.295/0001-18 e o valor do contrato é de R$ 1.425.977,82. Esta fase foi concluída e o governo do Estado está estudando a próxima etapa.

Segunda fase
De acordo com o informado pela prefeitura, a próxima etapa está sendo desenvolvida pelo DAEE, que trata-se da contenção natural da voçoroca. Conforme explicou a prefeitura, este projeto não está concluído, portanto, não é possível apresentar os valores de investimento. No entanto, em reportagens anteriores publicadas pela Gazeta, o Executivo estimava esta nova etapa em cerca de R$ 2,5 milhões.

Medo continua
A reportagem da Gazeta de Vargem Grande esteve na área da cratera na última quarta-feira, dia 8, e conversou com dona Anésia, moradora da rua Vera Lúcia Batissoco, bem em frente à voçoroca. Ao jornal, ela disse que ainda continua insegura com relação ao avanço da erosão, que ameaça várias residências do Conjunto Habitacional.
Segundo ela, a obra realizada pela prefeitura ajudou muito, direcionando toda água que vinha do bairro e ia pra erosão. No entanto, a moradora notou que à esquerda da voçoroca, contínua um fluxo grande de água de chuva, caindo direto no buraco, contribuindo para a erosão. “Não dá pra me sentir segura ainda. Tem que fazer algo, porque se nada for feito, a tendência é chegar nas casas. O prefeito disse que o serviço é muito caro e que primeiro ia tirar a água do local e depois fazer a contenção”, comentou.
Enquanto isso, a erosão continua crescendo. No dia em que a reportagem esteve no bairro, foi possível verificar que as bordas da cratera continuam desbarrancando. Segundo o apurado junto aos moradores, há dois meses vieram técnicos para verificar a composição do solo no local. A expectativa é que em breve o projeto para a contenção da erosão esteja pronto.

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