Primeira Matriz de Santana começa a ser construída em 1893

O Curato passa a pertencer novamente à Paróquia de São João da Boa Vista em 9 de fevereiro de 1893, e o Coronel Parreira consegue autorização para erguer a Igreja Matriz, e em 21 de setembro de 1893, o Bispo de São Paulo nomeou-o “administrador das obras da Igreja Curada”.
Por meio de subscrições, donativos, leilões e esmolas, recolhidas em Vargem Grande e em São João da Boa Vista, que somaram a quantia de 21:760$100, dá andamento à obra, projetada pelo arquiteto José Speria. Os trabalhos terminaram em setembro de 1894, tendo a nova matriz 90 palmos por 60, aproximadamente 20 metros por 13, e construída junto a antiga capela.
A primeira missa foi celebrada pelo vigário de São João da Boa Vista, padre José Valeriano de Souza, com pregação do padre Manoel Vicente, e os festeiros foram o Coronel Parreira e sua esposa, Dona Maria Cândida Parreira, que doou a imagem de Sant’Ana para o novo templo, conhecida como Santana de Brinquinhos. Uma banda com músicos amadores vargengrandenses foi idealizada para tocar na inauguração.
Mais tarde, com a nomeação do padre Januário Layne, em 1901, o Curato deixa de existir para dar lugar à Freguesia de Sant’Ana de Vargem Grande. Na época, Vargem ainda pertencia a São João da Boa Vista, e era denominada como Villa de Vargem Grande, sendo o distrito de Vargem elevado a município em 1º de dezembro de 1921, o qual passou a abranger também, terras pertencentes à Casa Branca.
Em 1940 foi criada a Associação dos Amigos de Vargem Grande para ajudar a solucionar os problemas da cidade. O grupo estabeleceu como metas iniciais a conclusão de obras da Igreja Matriz, o ajardinamento da Praça em volta dela e a construção de um estacionamento.
Com referência a fonte de recursos, por proposta do padre, estabeleceram que o lucro das festas coordenadas pela sociedade seria dividido, destinando-se 50% para obras da Igreja e 50% para melhoramentos locais a critério da diretoria. Desta forma, o grupo iniciou o trabalho e realizou grandes festas para ajudar na reforma do local.

A Padroeira
Sant’Ana é madrinha dos ourives e sempre aclamada pelos povos insurgentes de Minas. É também protetora das parturientes e das costureiras.
Os Bandeirantes levavam para Minas imagens de Sant’Ana confeccionadas em várias regiões de São Paulo, como elemento de salva-guarda e proteção.
Nesta rota, tropeiros que por aqui passavam trazendo a imagens de Sant’Ana foram disseminando as mesmas pelas terras do café.
E assim, em algumas paradas que por aqui fizeram, dando origem ao pequeno povoado nas terras das sesmarias, também deixariam a imagem daquela que seria a Padroeira de Vargem.

De família
À Gazeta de Vargem Grande, José Osvaldo Garcia Leal, que é da família de fundadores da cidade, disse que saber o motivo da devoção à Sant’Ana é difícil, mas acredita que essa é a santa devota dos Garcia Leal.
Ele explicou que Paranaíba (MS), que foi fundada por José Garcia Leal, sobrinho de um dos fundadores de Vargem, o sargento-mor José Garcia Leal, tem como Padroeira Sant’Ana, sendo seu primeiro nome Sant’Ana de Paranaíba. Em recente pesquisa sobre o clã, ele pontuou que ficou muito claro que se tratava de uma família muito religiosa.
“Quando nosso vilarejo surgiu, era conhecido como Bairro da Porteira e só depois da construção da primeira capelinha, que era de 20 por 30 palmos, em 1874, onde hoje se localiza a praça Capitão João Pinto Fontão, é que o vilarejo passou a ser conhecido como Capela de Sant’Anna da Vargem Grande do Rio Verde”, contou.
José Osvaldo falou que a licença para construção dessa capela, foi obtida por Francisco Mariano Parreira e na comissão criada, entre tantos nomes, estava presente Ildefonso Garcia Leal.
“Mas a primeira imagem de Sant’Anna só chegou até o vilarejo em 1891, por doação de Dona Maria Cândida Godoy Parreira, esposa de Francisco Mariano Parreira, por ocasião da construção da nova capela, já no local da atual”, disse.
Assim, ele falou que não se sabe ao certo quem teria indicado Sant’Ana como Padroeira daquele povoado que se iniciava. “Pode ter sido o casal Parreira, muito influente e respeitado no vilarejo, como também Ildefonso e sua esposa ou ambos. Hoje, só podemos afirmar que foi uma boa escolha”, completou.

Nova matriz
Em 1907, esta igreja é demolida para a construção de uma ainda maior. A nova Matriz foi inaugurada em 1915. Até que em 1957, o templo estava pequeno para a população da cidade e foi necessária uma nova obra, que foi concluída em 1979, com a inauguração da atual Igreja matriz de Sant’Ana.

 

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