Durante esta semana, mais cinco famílias vargengrandenses sofreram com a perda de pessoas queridas em decorrência da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
A cidade superou São João da Boa Vista, município bem mais populoso, em número de óbitos. Na cidade vizinha são 21 vidas perdidas para a doença e 899 pessoas já tinham adquirido a Covid-19. Em Vargem, 826 moradores testaram positivo.
Porém, mais do que números, essas mortes são trágicas, pois em uma comunidade pequena como a vargengrandense, cada uma dessas 22 pessoas que perderam a luta contra a doença são rostos bastante conhecidos de todos os moradores.
E nesta semana, uma das vítimas da Covid-19 foi Carlos Alberto de Oliveira Filho. Conhecido agricultor da cidade, alcançou o sucesso no agronegócio e se tornou uma pessoa muito respeitada em todo o país nesse setor. Em suas fazendas e empresas, gerava muitos empregos. Apostou no cooperativismo e foi um dos fundadores da Cooperbatata e da ABVGS.
Mais recentemente, focou parte de seu tempo na fundação e desenvolvimento da Associação Setembro. Criada inicialmente para auxiliar o Hospital de Caridade, a associação logo ganhou a proporção de muitos dos empreendimentos de Betão. Passou a auxiliar as demais entidades da cidade e nesta pandemia teve um papel fundamental auxiliando famílias em vulnerabilidade social.
Cada uma das 22 pessoas que morreram em decorrência da Covid-19 em Vargem, deixa sua história. Foram pessoas que tiveram a vida interrompida por um vírus. Um organismo com estrutura biológica tão simples, mas que a inteligência e a expertise humana ainda não conseguiu vencer.
A morte de Carlos Alberto de Oliveira Filho foi repentina, inesperada e mostra justamente que esse organismo celular tão simples é implacável. No mundo inteiro, mais de 1 milhão de pessoas perderam a batalha contra a doença. Nações ricas, desenvolvidas e outras pobres têm em comum a grande dificuldade de enfrentar a disseminação do coronavírus.
Cada país adotou um modelo de combate à pandemia. Em alguns momentos, algumas ações se mostraram eficientes e foram celebradas, mas o vírus voltou e continuou causando sua tragédia. A Europa, onde muitas nações já ensaiavam uma volta a normalidade, a Covid-19 recobrou suas forças e voltou a produzir doentes aos milhares. Nos Estados Unidos, maior economia global, já se fala em uma terceira onda de contaminação. São quase 8 milhões de infectados e mais de 217 mil mortos. No Brasil, mais de 150 mil mortes até agora.
Por isso, é preciso manter a vigilância, intensificar os cuidados. Não se pode baixar a guarda nem um segundo, pois o preço cobrado é a própria vida. Que cada uma das famílias de vargengrandenses que perderam a luta contra a Covid-19 encontre o conforto para prosseguir. E que todos, não importa a idade, ocupação, a renda, a ideologia política, entendam que apenas o trabalho em conjunto pode minimizar o impacto que essa pandemia devastadora causará na cidade.