Casa Branca: uma cidade contada em versos

Casa Branca é conhecida por suas belezas naturais e históricas. Capital Estadual da Jabuticaba em virtude do grande número de jabuticabeiras plantadas na cidade, é também a principal produtora de laranja do Estado. Com vocação agrícola, a cidade possui casarões centenários e é cortada por uma grande boçoroca, uma imensa ruptura na terra, que passa pelo horto municipal e que ganha a visita de diversos turistas e curiosos diariamente.
Com mais de 900 km quadrados, grande em território, porém com pouco mais de 30 mil habitantes, a cidade é celeiro de bons poetas. E a paixão pela cidade em que nasceu, cresceu, casou, construiu família e carreira foi que levou o escritor Sérgio Argeu Scacabarrozzi não só a escrever poemas de sua cidade, mas também a pesquisar versos que relatam amor e as belezas da cidade.
Numa pesquisa que durou mais de dois anos por jornais de época, bibliotecas e acervos, Sérgio encontrou 33 poemas que falam de Casa Branca assinados por 18 poetas, além dos 3 de sua autoria. O mais velho dos escritores da publicação é Justino Gomes de Castro, nascido em 19 de agosto de 1876 na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, e que veio a falecer em 1940 em Casa Branca. Ele foi maestro, professor de música, jornalista e dirigiu durante décadas o jornal O Casa Branca, o mais longevo periódico local. O livro traz o seu poema intitulado Hino do Centenário.
Na publicação também se encontra dois poemas, Casa Branca e Nossa Terra, de autoria de Sólon Borges dos Reis. Nascido em 1917 em Casa Branca, faleceu em 2006. Foi político, educador, jornalista, advogado e também poeta. Exerceu o mandato de deputado estadual de 1959 a 1979 e de deputado federal constituinte de 1986 a 1988. Foi vice-prefeito de São Paulo entre 1992 e 1996. Publicou diversas obras literárias, sobre educação e também sobre ensino. Entre as instituições que participou, foi membro da Academia Paulista de Letras.

O autor
Poemas para Casa Branca é o quarto livro de autoria de Sérgio Argeu Scacabarrozzi. Todos os poemas publicados foram autorizados por familiares dos autores. Dos 19 poetas que fazem parte da publicação, incluindo o organizador, somente quatro estão vivos. Sérgio explica que a pandemia e a dificuldade em encontrar os familiares e os próprios poetas foi um dos grandes desafios para concluir a publicação. “Alguns familiares inclusive nem sabiam da existência de alguns poemas. Foi muito emocionante”, afirma Sérgio que fez questão de lançar o livro na semana em que Casa Branca fez aniversário, comemorado no último dia 25 de outubro.
Um estudioso da cidade, Sergio escreveu também as seguintes obras: A Matriz de Casa Branca, História de Luta e Fé (1996), E.E. Dr. Francisco Thomaz de Carvalho, 90 anos (2003) e A Câmara Municipal de Casa Branca (2020). Criou o Cineclube Lima Barreto, que funcionou por 6 anos consecutivos oferecendo a apresentação de filmes clássicos para a população gratuitamente. Estuda a vida do cineasta Victor Lima Barreto, de Casa Branca, que dirigiu o clássico filme O Cangaceiro, tendo palestrado sobre ele em várias ocasiões. Realizou o Festival Nacional de Filmes de Animação em Casa Branca em três edições.

Coletânea
Poetas que constam na publicação: Antônio Carlos Ranzani, Boanerges Antônio da Cruz, Dulce Guimarães de Carvalho, Geraldo Majella Furlani, João Horta de Macedo, João Stefanini, Jorge Nogueira de Carvalho, José Carlos Alias, Justino Gomes de Castro, Lucilia Motta Moffa, Noêmia Rossi Borzani, Percival Bacci, Pérsio Álvaro Pinheiro, Sérgio Argeu Scacabarrozzi e Sólon Borges dos Reis.

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