Embora o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE) do município não visa lucro, ele tem de existir para que a autarquia possa reinvestir nos seus equipamentos, que custam caro e deterioram facilmente, vide o caso da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Caso contrário, se der prejuízo, o sucateamento do SAE vira um sério problema social, criando transtorno, afetando a qualidade de vida e a saúde dos vargengrandenses, uma vez que água é sinônimo de vida.
Quando assumiu a prefeitura em 2017, o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) encontrou uma enorme dívida do SAE, principalmente com a Elektro, que ultrapassava na ocasião, mais de R$ 2 milhão. A dívida foi paga e desde então, os investimentos no setor de tratamento e distribuição de água do município só têm aumentado.
Na semana passada os vereadores aprovaram um projeto de lei do prefeito, autorizando o município a contrair um empréstimo de R$ 17 milhões para investimentos junto ao SAE, dinheiro que será aplicado na construção de novas adutoras e redes de ligação de água do Centro, Vila Polar e Santa Terezinha.
O plano é auspicioso e contrasta com os tempos bicudos de quando o prefeito assumiu seu segundo mandato há seis anos atrás.
Para o atual superintendente do SAE, Celso Bruno, o pensamento é o mesmo, embora não visa lucro, a autarquia tem de pagar as contas e sobrar dinheiro para investimentos. Como exemplo, cita que a recente aquisição do caminhão Vac-All para desentupimento de rede, limpeza, sucção e transporte de resíduo de esgoto, já economizou R$ 10 mil em 10 dias de trabalho.
Ainda há muito que evoluir o SAE na sua administração, na sua prestação de serviços à população, dado a precariedade de um sistema que tem adutoras e redes de água com mais de 50 anos em atividade. Só para citar um exemplo, o desperdício ainda é enorme, deve ficar em mais ou menos 40% da água tratada, índice que representa a média nacional, dado a precariedade de nossas redes antigas e a pressão exercida pelas bombas para levar água aos pontos mais distantes.
Sem investimentos, estes problemas não são atacados e a água tratada que tem um custo caro, literalmente vai pelo ralo do desperdício. Mais investimentos, mais profissionalismo na administração, com contratação de técnicos – só agora o SAE está contratando um engenheiro -, mais autonomia dos seus dirigentes, mais investimento em novas tecnologias para diminuir custos e desperdícios, é o que permitirá ao SAE desempenhar seu relevante papel junto ao município de Vargem Grande do Sul. Para tanto, tem de ser administrada com os olhares de quem administra uma empresa privada.