Mulheres que educam

Para Regina, educar é recompensador. Foto: Arquivo Pessoal

Educar é uma das tarefas mais sublimes reservadas às pessoas que se dedicam à este mister. Nesta quarta-feira, dia 8 de março, comemora-se O Dia da Mulher e na arte de educar crianças, jovens e adultos, as professoras se destacam em todo o Brasil, uma vez que o número de educandas ultrapassa em muito o de professores. Em Vargem Grande do Sul, a maioria dos professores também é de mulheres. Por isso, para comemorar esta data tão significativa, a Gazeta de Vargem Grande fez uma reportagem especial sobre as mulheres que educam, sendo as responsáveis por educar os filhos de tantas outras pessoas, preparando-os para a vida.

Rose Lodi: o orgulho em educar

Aposentada há alguns anos, Rose segue amando a profissão. Foto: Arquivo Pessoal

A professora aposentada Rosemara Lodi, de 62 anos, é um destes exemplos. Ela deu aulas na Rede Municipal de Ensino durante 37 anos, certamente marcando a vida de centenas de crianças vargengrandenses com os seus ensinamentos. Ao jornal, ela contou que se aposentou com 57 anos, trabalhando sete anos a mais por opção e amor à profissão. Rose disse que fez o Magistério na Escola Alexandre Fleming. “Tive professores maravilhosos. Minha modelo e inspiração foi a professora Márcia Iared, junto com seu marido, o professor Flávio Iared”, afirmou.


Ela entrou na profissão por influência da irmã Dulcinea Lodi, também professora. “Ela já fazia o magistério e eu me encantava com tudo que ela contava e fazia. Eu sempre fui apaixonada por crianças”, contou.
Dos 37 anos que deu aulas na rede municipal, 32 deles foram na Escola Padre Donizete. “Durante 18 anos, dobrei período com outras escolas, sendo a Escola Estadual Gilberto Giraldi, a antiga Olga Pereira Fontão, as escolas municipais Gilda Bastos e Darci Troncoso Peres, e a Escola D. Pedro II. Os últimos sete anos foram dobrados apenas no Padre Donizete”, comentou.
Felizmente, a professora nunca encontrou dificuldades na vida profissional por ser mulher. “Pelo contrário, sempre fui muito respeitada,

Atualmente, Rose é contadora de histórias voluntária. Foto: Arquivo Pessoal

dando aula também para filhos de alunos, sempre na pré-escola”, disse.
Rose falou sobre a profissão. “Foram 37 anos muito gratificantes, eu fui muito feliz. Ser responsável por tantas crianças durante 37 anos da minha vida foi minha maior satisfação, me orgulho por ter participado da educação e aprendizado na vida destas crianças, fui muito recompensada por isso, só tenho orgulho da maioria dos meus alunos que hoje ainda convivo. Hoje sou contadora de histórias voluntária nas escolas e creches quando me convidam”, finalizou.

Maria Izabel: o sentimento de contribuição

Para Bel, educar é muito gratificante. Foto: Arquivo Pessoal

Recém aposentada, Maria Izabel Ferezin Sares, de 64 anos, deu aula dos 18 aos 62 anos. Conhecida como Bel, ela é formada em Administração e Direito, tem mestrado em Administração e doutorado em Engenharia de Produção.
Ao jornal, ela contou que deu aula na Unifeob, na Unifae, na PUC Minas e na Etec de Vargem Grande do Sul. “A educação é importante para o despertar. Para quem ensina é a consciência de ser um eterno aluno”, disse.
A professora nunca sentiu dificuldades na profissão por ser mulher. Bel comentou sobre a importância da profissão. “Educar é muito gratificante: sentir que você contribuiu no processo de crescimento de outras pessoas”, completou.

Regina Barticiotti: o amor pela profissão

Para Regina, educar é recompensador. Foto: Arquivo Pessoal

Maria Regina Barticiotti Lorenzini, de 59 anos, é professora há 40 anos. Ela fez o Magistério na Escola Alexandre Fleming, Letras na Unifeob em São João da Boa Vista e Pedagogia na Unar em Araras.
Aposentada no cargo de Professor de Educação Básica I e Ensino Fundamental – Ciclo 1 para crianças menores, Regina segue ministrando aulas como Professora de Educação Básica II e Ensino Fundamental Ciclo II para adolescentes na Escola Estadual Benjamin Bastos, onde é professora de Língua Portuguesa desde 2011.
Maria Regina tem outros trabalhos especiais na escola, relacionados ao “Projeto de Vida” e “Eletivas” e, anualmente, trabalha no projeto Ecoleta. “Ele faz da escola ponto de coleta de alguns resíduos como lixo eletrônico em geral, lacres de alumínio, tampas plásticas em geral, embalagens de comprimidos e chapas de raio-x. Projeto este que tem uma parceria com a Associação Setembro e que visa um planeta mais sustentável, além da compra de cadeiras de rodas”, contou.
Para ela, a educação sempre foi e sempre será fundamental e imprescindível. “É ela que abre possibilidades mil de a pessoa ter uma vida digna e de desempenhar o seu papel de cidadão na sociedade. Não me imagino fazendo outra coisa além de ser professora, pois desde sempre quis ministrar aulas”, comentou.
O amor pela profissão, segundo Regina, vence cada desafio. “Exercer tal profissão não é nada fácil, pois os desafios mudam o tempo todo, ainda mais depois de quatro décadas, mas a motivação, felizmente, ainda continua e o amor pelos educandos também”, disse.
Educar, porém, é uma tarefa difícil e desafiadora. “É buscar alternativas para promover, além da aprendizagem, a formação do cidadão valorizando-o em todos os aspectos. Diante de uma realidade totalmente adversa onde o lado emocional encontra-se tão abalado, faz-se necessário, mais uma vez, um reinventar-se diário para atender e suprir as necessidades do educando”, comentou.
Regina pontuou que, felizmente, nunca encontrou dificuldades de atuar nesta área pelo fato de ser mulher. “Aliás, como professora de Educação Básica I para alunos menores, o número de mulheres sempre foi maior do que o de homens. Já como professora de Ensino Básico II, há um número bem equilibrado entre homens e mulheres”, argumentou.

Maria Tereza: a condução dos alunos para o bem

Maria Tereza vê na profissão uma forma de colaborar com a sociedade. Foto: Arquivo Pessoal

Maria Tereza Moreira Theodoro Peixoto é professora na Escola D. Pedro II, mas está aposentada do Estado e das faculdades Feuc, de São José do Rio Pardo, e Facab, de Casa Branca, onde ficou por muitos anos. Sua primeira graduação foi na Unifeob, seguida por Claretiano, Unesp e outras.


Para ela, a educação acadêmica exerce um papel fundamental na vida das pessoas. “Não só na formação profissional, mas também da sua formação enquanto ser humano, ser pensante. O indivíduo tem que cumprir um papel social, com ou sem estudos, mas se ele estuda ele pode escolher, senão será escolhido e é muito triste não ter opção”, ressaltou.


Ao jornal, ela contou que não foi sempre professora, mas que se descobriu na profissão. “Como professora eu descobri que posso exercer esse papel social de uma forma muito mais efetiva, na condução desses meus alunos para o bem”, disse.


Maria Tereza pontuou que o professor exerce um papel fundamental na vida das pessoas de uma maneira geral. “Quem nunca se lembra daquele professor que marcou sua vida de alguma maneira? Penso que ser professor é querer que seus alunos sejam melhores que você, é tratá-los como se fossem seus filhos, querer que eles melhorem a sociedade e muni-los de conhecimento para que alcancem esse objetivo”, comentou.


Diferentemente de outras profissões, a professora informou que nessa área a mulher não encontra grandes barreiras. “As dificuldades que encontramos na nossa carreira não são por conta de sermos mulheres ou homens, mas sim de não sermos valorizados como deveríamos”, finalizou.

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