Neste sábado, dia 1º de abril, venceu o prazo de 60 dias que o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) havia dado para a permanência do interventor Valmir Costa junto ao Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul até que se formasse uma nova diretoria e fosse escolhido o novo provedor da entidade.
Valmir assumiu no dia 1º de janeiro por 30 dias como interventor e depois o prazo foi prorrogado por mais 60 dias, que venceu agora. Este mês novamente foi publicado um edital convocando para eleição da nova Mesa Administrativa do Hospital, bem como do Conselho Fiscal e Deliberativo, mas o prazo venceu no dia 22 de março e ninguém se inscreveu.
A reportagem da Gazeta de Vargem Grande perguntou ao chefe do Executivo se iria prorrogar a intervenção de Valmir Costa e a resposta foi que o prefeito iria prorrogar por mais 90 dias a nomeação do interventor e que seria publicado novamente o edital para verificar se haveria alguém interessado em assumir a provedoria. Respondeu também que quanto ao Hospital de Caridade, o mesmo está funcionando normalmente sem qualquer prejuízo no atendimento à população.
Valmir concede entrevista à Gazeta
O interventor recebeu a reportagem da Gazeta de Vargem Grande na sua sala no Hospital de Caridade e falou sobre os 90 dias que ele está dirigindo a entidade e da perspectiva de ficar por mais 90 dias no comando ou até que uma nova diretoria assuma.
Para Valmir, o grande problema continua sendo a falta de recursos. Mesmo com a ajuda da prefeitura e de demais setores da sociedade vargengrandense, o déficit previsto para 2023 é de R$ 5 milhões, afirmou. Dado a defasagem dos pagamentos do SUS, a conta não fecha.
A previsão das despesas este ano é de cerca de R$ 16 milhões e a receita fica por volta de R$ 10,5 milhões. Apesar disso, afirmou que os pagamentos dos funcionários, dos médicos e o pagamento dos fornecedores estão em dia, o que exige, segundo ele, uma engenharia financeira todo dia. Explicou que dado às circunstâncias, eventualmente pode ocorrer algum atraso nos pagamentos.
Falando ao jornal, Valmir, que ocupa cargo de confiança junto ao gabinete do prefeito Amarildo, disse que está à disposição do prefeito que o nomeou como interventor e dado à crise que o Hospital vinha vivendo, sem diretoria, está procurando ajudar no que for possível na administração da entidade.
“É uma novidade para mim, embora já tenha sido tesoureiro do Hospital por mais de um ano quando o Jair Gabricho era provedor e já tinha conhecimento da situação financeira por que passa o Hospital”, comentou. O trabalho de Valmir é voluntário, não recebe nada, mas disse que se sente realizado em poder contribuir com a principal entidade de saúde do município”, disse.
“Todo dia tem uma novidade, sempre surge um fato novo, precisamos de muita negociação, ouvir bastante todas as partes. O objetivo é nobre, salvar vidas e por isso agradecemos a todos que colaboram com o Hospital de Caridade, os médicos, os vereadores, quem colabora com doações, os sócios, quem ajuda durante os eventos para angariar recursos, os políticos com suas emendas, a Associação Setembro, com suas valiosas doações, mas especialmente, agradecemos aos funcionários do Hospital pela dedicação e empenho. Eles de fato vestem a camisa”, afirmou Valmir.
Diretoria provisória
Para auxiliar na sua administração, Valmir explicou que o prefeito Amarildo deu poder ao interventor no segundo decreto que prorrogou seu mandato, para nomear uma diretoria provisória que hoje é composta pelo interventor adjunto Anderson Luís dos Santos; pelo diretor financeiro José Geraldo Ramazotti, que assumiu junto com Valmir e segundo o interventor, tem colaborado muito; o diretor financeiro adjunto Tarciso Beleboni Pereira; o secretário Márcio Osório Mengali; o diretor jurídico Márcio Aliende Rodrigues e o mesário Carlos Rodrigo de Carvalho. Esta diretoria vai atuar até que seja eleita uma nova Mesa Diretora.
Obras continuam
Na entrevista à Gazeta de Vargem Grande, Valmir comentou sobre as obras que estão em andamento no Hospital, a maioria custeada com verbas oriundas das emendas dos deputados. São verbas destinadas para determinadas finalidades que não podem ser usadas no custeio das despesas do dia a dia da entidade.
Sobre as reformas da lavanderia, elas já estão conclusas e falta apenas a pintura da parte externa. Na cozinha continua a reforma, estando bem avançada, faltando a parte hidráulica e acabamento. No Setor B, ala com 11 quartos e a sala de monitorização, as reformas estão em andamento, em fase bem adiantada, faltando parte elétrica e o mobiliário.
O mesmo ocorre com o ambulatório que está em reforma e é peça importante no que tange ao possível atendimento dos usuários do PPA da prefeitura municipal. Uma vez concretizado a reforma, o ambulatório poderia atender à noite pacientes que procuram o PPA e a prefeitura poderia pagar ao Hospital por estes atendimentos.
Não há prazo previsto para o término destas obras, mas Valmir tem esperança que até o segundo semestre deste ano estes dois setores serão inaugurados. “Tudo é uma questão de recursos, se eles entrarem, podemos inaugurar antes do previsto”, afirmou o interventor.