Quadrilha da Hilux tentou furtar terceira caminhonete este mês

Na foto, kit multimídia do modelo de carro alvo das quadrilhas. Foto: Policia Civil

O assunto na cidade para quem tem uma caminhonete cara, principalmente se for uma Hilux da Toyota, é o medo de ser a próxima vítima da quadrilha que tem agido em Vargem Grande do Sul e região.
A quantidade de furtos que tem acontecido e os traumas que deixam nas pessoas lesadas tem tomado muito das conversas entre estes proprietários. Só neste mês de maio, foram duas furtadas e na quinta-feira, dia 18, houve uma tentativa de furtar outro veículo.
Segundo apurou a reportagem do jornal Gazeta de Vargem Grande junto ao comandante da Polícia Militar, 2º sargento Rodrigo Keniti, desde janeiro deste ano foram furtadas cinco caminhonetes, sendo duas em março, uma em abril e este mês furtaram mais duas, uma no dia 4 e outra no dia 10 de maio.
Na quinta-feira, quase levaram uma outra, ato que não foi consumado devido a atuação do proprietário que viu os bandidos tentando furtar o veículo e avisou a polícia pelo telefone 190.
A quadrilha furta caminhonete Hilux modelo 2020 para cima, até 2023, e segundo informou o delegado Antônio Carlos Pereira Júnior, titular da delegacia de Vargem, trata-se de uma quadrilha muito grande, suspeita de ter centenas de envolvidos no Estado de São Paulo e visa as Hilux pela facilidade com que conseguem burlar o alarme dos veículos e furtarem o mesmo em menos de um minuto.
“Eles têm uns módulos que colocam na ignição do veículo e furtam como se tivessem a chave da caminhonete. Para a polícia militar é difícil surpreender estes bandidos. Ontem quase conseguimos prendê-los em flagrante, quase os capturamos. Acho que esta ação deve levar os criminosos a darem um tempo para furtar em Vargem”, comentou o comandante PM Keniti.

Quadrilha pode ser de Ribeirão Preto
Na entrevista concedida ao jornal, o delegado Antônio Carlos Pereira Júnior comentou sobre a quadrilha e disse que tudo indica que os criminosos que agem em Vargem são de Ribeirão Preto. Quanto ao destino dos veículos furtados, o delegado explicou que os bandidos tem várias maneiras de agir, podendo as caminhonetes serem levadas para o Paraguai ou desmontadas e as peças vendidas, ou mesmo serem levadas para outros estados brasileiros.
“Eles são especialistas, em menos de um minuto retiram o módulo original do veículo e copiam toda a codificação, chave, alarme, depois saem dirigindo normalmente”, disse dr. Antônio. Falou que pelo que a polícia tem apurado, agem em dois ou três indivíduos, usando um carro normal, durante o dia, andando pelas áreas de mais movimentação, visando os veículos e quando atingem o objetivo, descem a pé, ficam esperando alguns minutos se não aparece ninguém e em segundos realizam o furto.
“O dono só vai dar pela falta da caminhonete tempos depois, o que permite aos bandidos fugirem, afirmou o delegado. Antônio Carlos falou também que tem trocado informações com outras delegacias da região onde os furtos também estão acontecendo e o modo de agir dos bandidos é quase o mesmo. “Para dificultar a ação da polícia eles estão sempre mudando de cidade, operam um tempo em uma e depois já partem para outra”, explicou.
Também a polícia na tentativa de identificar os bandidos tem utilizado de câmeras de segurança. Explicou que em Vargem um sistema mais eficiente está sendo montado, o que vai permitir saber quem entra e sai de veículo da cidade, mas acha difícil pegar a quadrilha, pois geralmente usam carros clonados.
“Temos várias investigações em andamento. Mapeamos as áreas onde ocorrem os furtos, área mais central da cidade e suas proximidades, os horários, sempre durante o expediente bancário, áreas próximas aos restaurantes, mas já houve furtos de caminhonetes nos bairros”, disse à reportagem.
Falando sobre as vítimas, afirmou o dr. Antônio Carlos que elas sempre vão ter prejuízos, mesmo recuperando o veículo ou sendo ressarcidas pelos seguros. “Afeta a parte psicológica, muitas vezes os bandidos levam alguns pertences das vítimas, o que a pessoa investiu no carro, em equipamentos, nem sempre recupera”, falou. Para o delegado, uma dica é não deixar muitos pertences pessoais e de valores dentro do veículo.

Bandidos foram perseguidos, mas conseguiram fugir
Chamou a atenção da população vargengrandense a operação policial realizada nesta quinta-feira, dia 18 de maio, quando inúmeras viaturas da polícia militar, civil e municipal agiram na cidade na tentativa de prender bandidos que tentaram furtar uma caminhonete Hilux.
A tentativa de furto aconteceu perto da Subestação da Elektro por volta das 13h e o carro dos bandidos foi interceptado na Rua Santana com a Rua Cel. Mariano Parreira, Centro, pelos policiais militares cabo Leite e o soldado Jangoas.
Segundo consta no Boletim de Ocorrência, a equipe da viatura composta pelo cabo Leite e soldado Jangoas foi designada pelo Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) para atender uma ocorrência versando sobre averiguação de atitude suspeita, dando conta que dois indivíduos tentaram furtar uma caminhonete Hilux.
Os bandidos saíram das imediações da Subestação da Elektro, localizada na avenida logo acima da rodovia que corta a cidade, em um veículo Fiat Linea de cor preta, placa EEY5D96 e foram localizados na Rua Coronel Mariano Parreira com a Rua Santana – Centro, em alta velocidade. A viatura saiu em acompanhamento, inclusive acionando os sinais sonoros e luminosos, mas os ocupantes do Linea não respeitavam a ordem de parada.
A perseguição aconteceu por diversos bairros da cidade, passando pelo Jardim São Luís, Vila Santana, Avenida Teotônio Vilela, Jardim Paulista, Cohab I, até que o Linea e seus ocupantes adentrou a estrada de terra que liga Vargem à Usina Abengoa e devido a levantar muita poeira pela estrada foi perdido de vista.
Os policiais continuaram na perseguição e a aproximadamente quatro km da usina Abengoa os bandidos adentraram em um canavial e evadiram pela plantação. Uma operação envolvendo a polícia de toda a região foi montada na tentativa de capturar os suspeitos.
O carro foi localizado por outra viatura que veio dar apoio e foi feito um cerco policial no local com várias viaturas da cidade de São João da Boa Vista, Itobi, Casa Branca, São Sebastião da Grama, Aguaí, vários policiais militares e civis, cfp, cgps, bem como viaturas da Guarda Municipal de Vargem Grande do Sul, mas os criminosos não conseguiram ser localizados.

Vítima já tinha tido Hilux furtada
Na entrevista que concedeu ao jornal, o delegado Antônio Carlos comentou sobre o fato e disse que a vítima já tinha tido uma Hilux furtada em março deste ano e estava em seu estabelecimento perto da Subestação da Elektro, na Rua Joaquim Antônio da Silva, pouco antes das 13h, quando percebeu em determinado momento uma pessoa se aproximando da sua caminhonete e um Fiat Linea dando cobertura. Ele então teria ido ao encontro dos bandidos que evadiram do local.
A polícia foi avisada e durante o patrulhamento avistaram o Linea preto com placa de Praia Grande. Foi então que começou a perseguição no encalço dos bandidos que fugiram após entrarem no canavial perto da Abengoa. Eram dois bandidos e segundo o delegado não houve troca de tiros.
O Linea foi apreendido e pela pesquisa feita pelo emplacamento do veículo, nada de irregularidade foi constatado. Foi realizada a perícia, tirando as impressões digitais e coletando outros materiais para ver se consegue chegar aos malfeitores. Para o delegado, pelos pertences apreendidos no carro, tudo leva a crer que eles eram da quadrilha de Ribeirão Preto.

Alto custo e seguro complicado
Segundo apurou a reportagem do jornal, uma Hilux Cabine Dupla SRX pode ter seu preço acima dos R$ 320 mil e uma Toyota Hilux GR-Sport 2023 que chegou este ano ao Brasil estava sendo comercializada por um preço acima dos R$ 360 mil.
Por serem muito visadas, também o seguro destes veículos está cada vez mais caro e complicado de ser realizado. O custo médio do seguro para Toyota Hilux, segundo apurou o jornal passa do R$ 10 mil, a depender do veículo e as seguradoras estão cada vez mais exigentes para realizar o serviço, dado o elevado número de furtos que ocorre com as caminhonetes da Toyota.

Impacto nas vítimas
Conversando com algumas vítimas dos furtos de suas caminhonetes, dá para sentir o quanto eles impactam na vida dessas pessoas. Um dos proprietários disse que já teve uma Hilux furtada e outra só não levaram embora porque ele viu o bandido dentro do seu veículo e partiu para cima.
Falou que o meliante saiu e ele tentou alcançá-lo, mas não conseguiu e só não aconteceu algo pior por pouco, pois o bandido poderia estar armado. Também recentemente disse ter certeza que uma pessoa estava em frente sua casa e tentou novamente furtar seu veículo e foi impedido devido a uma ação sua.
Queixou-se da insegurança que sente, mesmo tendo seguro do carro, morando no Centro da cidade, onde deveria ser mais tranquilo e não sofrer tanta pressão.
Outra pessoa que teve sua Hilux furtada recentemente no Centro da cidade ainda estava em estado de choque com o ocorrido. Além de levarem o seu veículo, também teve objetos pessoais furtados e isso a deixa ainda mais entristecida. Sofre a pessoa, seus familiares e amigos que compartilham o que ela passou.
Não conseguiu reaver o carro, seus objetos pessoais, ainda não recebeu outro carro da seguradora para poder se locomover e o seguro ainda não foi pago passado mais de 10 dias que o fato ocorreu.

Carro usado em tentativa de furto na quinta, dia 18, foi abandonado. Foto: Policia Militar

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