Festa das Nações contará com número de casal de ballet clássico

O número será apresentado pela bailarina Letícia Belchior e seu aluno, o dançarino Breno Matheo Rodrigues

A cerca de um mês da realização da 21ª Festa das Nações, os preparativos e ensaios dos números especiais do Grupo da Cultura estão a todo vapor. A festa acontecerá nos dias 7, 8, 9 e 10 de setembro na Praça Capitão João Pinto Fontão, a Praça da Matriz, e neste ano, o público poderá assistir um belíssimo número de ballet clássico.
O número será apresentado pela professora e bailarina Letícia Belchior, de 31 anos, e pelo bailarino Breno Matheo Rodrigues, de 18 anos. À Gazeta de Vargem Grande, o casal falou sobre como o estilo clássico de dança se mistura com a festa e ganha seu espaço.
Para Breno, a festa gira em torno da diversidade musical, cultural e estética, homenageando diversos aspectos culturais de diferentes países. “Creio que desde que sejam bem ensaiadas e elaboradas de forma afetiva, as danças se destacam e tem um espaço de evidência na festa”, disse.
Letícia ressaltou que, de forma cultural, acha que o estilo clássico se encaixa muito bem no perfil da festa. “Escolhi uma música portuguesa, da qual eu queria muito fazer uma coreografia. Sempre faço solos na festa e dessa vez tive a ideia de convidar o Breno para participar comigo. A história que a música conta combina muito com coreografia em casal”, comentou.

Letícia
A bailarina Letícia começou a praticar ballet aos sete anos e começou a dar aulas aos 16 anos, no lugar de um de seus professores. “É até engraçado falar sobre isso… danço a vida inteira. Tive aulas com vários profissionais e tenho o maior carinho e gratidão por todos eles. Mas, não posso deixar de falar sobre o Ballet Joelen, de São João da Boa Vista, e minha professora Andréia Moreno, que me fez bailarina de verdade”, contou.
“Participei da Oficina de Dança – técnica de Ballet Clássico, ministrada por Alfredo Ligabue, realizado na sede da São Paulo Companhia de Dança SPCD. Tive a honra e o prazer de fazer cursos com vários mestres, como por exemplo Cecília Kerche (Eterna Primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que tem uma carreira de reconhecimento e sucesso mundial), Dona Eleusa Lourenzoni (Jurada do World Ballet Competition WBC, do qual fomos classificados em 2017), Maestro Jolles Salles, Sacha Svetlof, Eduardo Bonnis, André Malosá, Beatriz Hack (da São Paulo Companhia de Dança SPCD), Dona Neyde Rossi, Regina Pereira (docente em cursos focados para quem leciona com baby class e ballet infantil), entre outros. Sou membro do Conseil International de La Danse (CID)”, completou.
Para ela, a dança é sua vida. “A verdade é que não me vejo fazendo outra coisa. Todo ano eu falo que vou parar e não consigo, eu amo o que eu faço. A dança é a minha vida, é a minha válvula de escape. Quando eu danço, eu esqueço de tudo, é como se fosse só eu e a dança naquele momento. Coisa que vem de dentro mesmo, vem da alma”, relatou.
A bailarina explicou que entrou para o Grupo da Cultura em 2009, por indicação da Cristina Sbardellini. “Que, aliás, todos devem conhecer. Se não fosse por ela eu não teria entrado para o Grupo. Tenho muita gratidão a ela. No começo eu nem quis entrar no grupo, mas a Dona Márcia Iared foi na porta da minha casa me buscar (Dona Márcia sendo Dona Márcia rs) e eu tenho muita gratidão por ela também. Daí não parei mais”, disse.
Além do número de casal com Breno, Letícia participa de outras oito coreografias da Festa das Nações com o Grupo da Cultura. “Os ensaios estão a mil, estamos há cinco meses ensaiando pela coordenação da Cristina Sbardellini”, comentou.
À Gazeta, ela contou sobre as expectativas para o evento deste ano. “A expectativa é que a gente possa mostrar o melhor de nós, como sempre. Que possamos ajudar ao máximo as entidades e alegrar a todos com a nossa arte. É um evento de muita importância para todos nós. O público pode esperar por números incríveis, tenho certeza que vão vibrar e se emocionar com as apresentações”, pontuou.
A dançarina ainda contou como é para ela, como professora de ballet, ter o Breno como seu primeiro aluno homem. “Eu estou bem feliz e realizada. Breno tem demonstrado muito interesse pelo ballet, desde que começou a participar das aulas. Aceita correções, tem o maior respeito com todas as colegas de turma. Aliás, elas estão se realizando também, pois agora temos um partner para Pas de Deux. Em um ano, Breno teve uma grande evolução e para mim, como professora, é muito gratificante. Tenho certeza que ele vai longe. É muito talentoso. Estou bem feliz por ele ter topado dançar comigo também.

Breno
A história de Breno com a música começou na infância. “Desde pequeno gostava de dançar, mas nunca me aprofundei neste âmbito da arte e acabei focando principalmente no teatro. Porém desde sempre foram oferecidas diversas oportunidades para subir no palco como dançarino, principalmente na Festa das Nações, a qual é meu 4° ano participando. Com o decorrer do tempo essa chama da dança reacendeu no meu coração e agora consigo perceber que não vivo mais sem ela”, disse.
“A dança pra mim tem como principal virtude a inspiração e libertação, quando danço meu corpo e alma trabalham de uma forma profunda, consigo me conectar com os meus sentimentos e meu corpo realiza o trabalho de me expressar e trazer essa sensação de libertação”, completou.
O dançarino entrou no grupo em 2022, a convite de Lucas Buzato, o produtor artístico geral da Festa das Nações e um dos coordenadores do grupo de música, que o descobriu pela participação em outras edições do evento. “Lá no grupo criei grandes amizades, inicialmente entrei pra experimentar como seria e hoje não vivo sem os ensaios”, explicou.
Breno estará em outras seis coreografias com o Grupo de Dança da Cultura e em mais uma com a Oficina de Ballet, ministrada por Letícia Belchior. Os ensaios, conforme contou, estão a mil e suas expectativas para o evento estão altas. “O grupo todo se dedica em todos os ensaios e reuniões para entregar o melhor para o público. As expectativas estão muito altas e sei que é algo que podemos esperar desse evento, só de pensar na sensação de entrar no palco com todas aquelas luzes, fumaça e figurinos a ansiedade toma conta, porém a todo momento lembramos da alegria que é pode estar mais um ano fazendo parte desta comemoração maravilhosa que é a Festa das Nações, além da ajuda às entidades e o entretenimento para o público”, comentou.
O público, conforme contou, pode esperar muitas emoções, muitos números incríveis e muita dedicação. “Vai ser lindo e incrível”, afirmou.
Ao jornal, Breno falou sobre como é romper as barreiras do estigma de que o ballet é praticado apenas por mulheres. “É um processo de desconstrução que começa de forma individual, aos poucos fui rompendo os preconceitos, estigmas e desafios que tinha por querer ser um bailarino, porém hoje percebo que fiz uma das melhores escolhas da minha vida. É importante dizer que um local acolhedor e um profissional que entende todo esse processo é essencial em todo desenvolvimento de mente e corpo de um(a) bailarino(a), o qual foi proporcionado com grande aconchego e amizade pelas meninas e pela Letícia Belchior, uma pessoa que sempre terei um enorme respeito e gratidão”, completou.

Foto: Arquivo Pessoal

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