Já era sem tempo uma discussão em busca de solução para os elevados juros que as pessoas pagam no crédito rotativo dos cartões. É inconcebível numa economia que busca se equilibrar e fortalecer, como no caso da brasileira, que os consumidores acabem por pagar a exorbitante taxa de juro que ultrapassa os 400%, chegando a 15% ao mês, quando atrasa o pagamento das dívidas contraídas através do cartão de crédito.
Embora contribua sobremaneira com as vendas do comércio e, portanto, deve continuar como instrumento de aquisição pela população junto ao comércio varejista, principalmente a de menor poder aquisitivo, há de se encontrar uma solução que não penalize tanto o consumidor quando ele não consegue pagar a dívida que contraiu através de seu cartão de crédito.
Que soluções existem, está claro. Mas os interesses são gigantescos e os envolvidos são poderosíssimos, os grandes bancos e financeiras do país. Trata-se de valores que chegam a um trilhão de reais, quase 10% do PIB brasileiro e por estes valores dá para se ter uma noção do que está por trás desta importante discussão.
Nas economias mais avançadas do mundo, o dinheiro em papel vem perdendo cada vez mais presença nas compras feitas no comércio ou no pagamento de serviços contraídos.
Quem viaja pela Europa ou outros países do mundo, leva muito pouco dinheiro no bolso e paga a maioria do que compra com o uso do cartão de crédito. No Brasil é que se enveredou para as compras a prazo no cartão e na esteira da falta de fiscalização e normatização do Banco Central, os bancos e financeiras engordaram durante décadas seu patrimônio com os altíssimos juros cobrados no crédito rotativo, tirando inclusive dinheiro que poderia e deveria estar circulando mais junto ao comércio, beneficiando os comerciantes e também os consumidores.
É esta questão que está em pauta e achar a solução salomônica que beneficie a todos, é a função que cabe a todos os envolvidos nesta questão que parece estar tão distante de Vargem Grande do Sul, mas que mexe diariamente com os vargengrandenses que vendem seus produtos no comércio e dos consumidores locais que compram através do cartão de crédito, ficam devendo e acabam tendo de pagar a dívida com juros que podem chegar a 15% em um mês. Um absurdo.