Município deve se tornar produtor de água

Mata ciliar deve ser plantada nas margens do Rio Verdes e seus afluentes. Foto: Arquivo Gazeta

Outro passo importante que a prefeitura está dando com relação à água do município, é através do seu Departamento de Meio Ambiente, com o trabalho de proteção dos mananciais que abastecem Vargem Grande do Sul, principalmente o Rio Verde e o Córrego Ribeirão Preto da Forquilha, principal afluente que desagua no Rio Verde e ajuda com suas águas a encher a Barragem Eduíno Sbardellini, de onde são extraídos milhões de litros de água para atender os mais de 40 mil habitantes da cidade.
Os dois rios são frutos da Serra da Mantiqueira, onde nascem no município de Vargem Grande do Sul, sendo o Rio Verde nas imediações da Fazenda Pindorama, próximo à rodovia que liga Vargem a São Sebastião da Grama e o Ribeirão Preto da Forquilha na região da Fazenda Santana, no Barro Preto, se encontrando os dois pouco antes de chegarem à Barragem Eduíno Sbardellini.
Segundo matéria já publicada pela Gazeta de Vargem Grande, um dos que mais vem sofrendo com a ação humana é o Ribeirão Preto da Forquilha. Até alguns anos atrás, a região onde ele corre era uma importante bacia leiteira e a agricultura praticada era a de estação, quando se plantava milho e outros cereais no período das chuvas. Agora, pratica-se no local uma agricultura com plantações o ano todo através da irrigação com pivôs, que se utilizam das águas dos barramentos feitos no seu leito.
Na época das estiagens, ele deixa de correr em alguns trechos, secando e não contribuindo com suas águas para abastecer o Rio Verde, com consequências drásticas para o fornecimento de água para a população. No período, que vai de abril a outubro, a barragem Eduíno Sbardellini chega a níveis preocupantes de água, levando o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE), a decretar racionamento de água até que as chuvas chegam e normalizam à situação.
O projeto consiste no cercamento das áreas das nascentes e nas margens tanto do Rio Verde quanto do Córrego Ribeirão Preto da Forquilha. A prefeitura está oferecendo o material para o cercamento das áreas, como arame farpado, mourões e esticadores e as mudas de árvores nativas da região, como ipê, paineira, cedro, jequitibá, dentre outras.
A partir do módulo rural, as margens a serem preservadas nestes rios variam de 10 a 50 metros de cada lado. Nas nascentes, a área destinada à sua preservação é de 50 metros de raio.
A maior dificuldade estaria em os proprietários cumprirem a legislação que estabelece uma metragem mínima para a preservação das áreas de APP. Na bacia do Rio Verde os trabalhos envolvem cerca de 15 propriedades por onde o rio passa e também existem nascentes. Já no Ribeirão Preto da Forquilha, seriam 12 propriedades que teriam de executar os trabalhos de preservação e plantio de árvores.
Como já acontece em vários municípios que ficam na Serra da Mantiqueira, como a cidade de Extrema em Minas Gerais, cujas leis e incentivos estão contribuindo para a cidade ser uma “produtora de água” através dos seus proprietários rurais, o futuro de Vargem Grande do Sul também aponta nesta direção, pois mesmo com a construção das três barragens junto ao Rio Verde, de nada adiantará se ele e seus afluentes não forem preservados e terem o volume de suas águas aumentado como eram num passado não muito distante.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui