De acordo com o registrado em boletim de ocorrência, na última segunda-feira, dia 25, as vítimas que são sócias, compareceram à delegacia informando que no dia 16 de junho deste ano após verem um anúncio de um Toyota Corolla no site WebMotor, fizeram uma oferta pelo automóvel.
Em seguida, uma das vítimas recebeu o e-mail de uma pessoa a qual se identificou como Paulo, informando que tinha aceito a proposta. A partir de então, a pedido dela, seu sócio passou a fazer parte das negociações e a conversar com Paulo através do WhatsApp.
Depois de acertarem os termos do negócio no dia 17 de junho, a vítima enviou um e-mail informando que iria buscar o carro no dia 19 de junho. E no dia 18, Paulo entrou em contato com o sócio e informou que deviam se encontrar em uma panificadora da cidade mineira de Belo Horizonte, para finalizarem o negócio e fazer a entrega do veículo.
Ao conversar por telefone com Paulo, a vítima informou que uma outra pessoa iria até Belo Horizonte para buscar o carro, e assim que ele chegasse a cidade, o valor negociado seria transferido via TED. A vítima informou ainda que a pessoa estaria acompanhada e que o encontro deveria acontecer em um estabelecimento de comércio de veículos e informou o endereço.
Paulo concordou com o local do encontro, mas informou que não poderia comparecer porque estaria fora da cidade. Ele informou também que o carro foi comprado no nome de seu tio, já que devido a dívidas trabalhistas ele não poderia ter nada em seu nome. Também disse a vítima, que seu tio estaria no local combinado para o preenchimento e reconhecimento de firma no documento de transferência do automóvel.
Na manhã da terça-feira, dia 19, o sócio da vítima informou ao vendedor que o amigo deles já estava em Belo Horizonte no local combinado. Paulo então passou duas contas bancárias para onde o dinheiro deveria ser transferido, as quais estavam em nome de terceiros, que segundo ele, uma era de seu sócio e outra de uma pessoa para quem devia. Em seguida o sócio da vítima passou para Paulo os seus dados para que ele preenchesse o documento de transferência do automóvel.
O carro foi levado até o local do encontro por um homem de nome Daniel, o qual se identificou como sendo primo de Paulo. Após o amigo dos compradores verificar o veículo, a vítima entrou em contato com o vendedor e solicitou que o carro fosse levado até um cartório para que fossem feitos os processos de reconhecimento de firmas no documento, para que então ele fizesse a transferência do dinheiro combinado.
Daniel então pegou o carro e levou os dois amigos da vítima que foram buscá-lo até um cartório, deixando o veículo em um estacionamento e neste momento já entregou as chaves dele ao amigo das vítimas. Por volta das 12h30 uma pessoa de nome Ronaldo, o qual consta como proprietário no documento chegou ao cartório. Ronaldo e Daniel diziam estar esperando um Ok de Paulo para que o documento fosse assinado.
Depois de um tempo Paulo ligou para as vítimas dizendo que se não fosse feita a transferência, o documento não seria assinado. As vítimas então fizeram as transferências para as contas informadas, uma no valor de R$ 40 mil de uma conta conjunta dos sócios e outra de R$ 18 mil da conta que é apenas do sócio.
Após as transferências serem feitas, Ronaldo se recusava a assinar o documento. Enquanto as vítimas conversavam com Paulo para resolver a situação, Ronaldo alegando que ia ao banco resolver algumas coisas deixou o cartório. Daniel ficou lá por mais alguns minutos e ao perceber que Ronaldo demorava a voltar, disse que iria atrás dele.
Desconfiando da atitude dos dois, os amigos das vítimas pediram o documento do veículo a Daniel e ele lhes entregou. Algum tempo depois, Paulo ligou para as vítimas informando que seu tio iria demorar em retornar. Visto a distância entre a capital mineira e Vargem, as vítimas combinaram que o documento de transferência assinado por Paulo poderia ser enviado pelo correio. Paulo então liberou o carro, e ele foi trazido até Vargem e ele ficou em poder da vítima.
Na quarta-feira, dia 20, a vítima e seu sócio cobraram o recibo para Paulo. Não obtendo resposta, encontraram um telefone de Ronaldo no manual do veículo e em contato com ele cobrando o documento preenchido e assinado. Na ligação foram informados por Ronaldo que eles certamente teriam caído em um golpe, já que ele havia registrado uma ocorrência de furto do veículo e ele teria sido levado de dentro de um estacionamento onde o havia deixado.