Após permanecer cerca de três anos como diretor de Agricultura e Meio Ambiente da prefeitura municipal (assumiu em agosto de 2021), o médico veterinário Edson Nardini Sbardelini pediu exoneração do cargo a partir do dia 1º de junho, conforme portaria publicada pelo prefeito Amarildo Duzi Moraes (MDB), no Diário Oficial do Município.
Agora, somente uma funcionária está respondendo pelo departamento. Na edição do dia 25 de maio, a Gazeta de Vargem Grande circulou com a manchete “Faltam recursos humanos ao Depto. de Meio Ambiente”, enfocando o sério problema que o órgão responsável pela execução das políticas voltadas ao meio ambiente e agricultura do município vive atualmente, sem funcionários para executar suas importantes funções conforme determinadas por lei e que o município tanto necessita.
Na entrevista que concedeu ao jornal Gazeta de Vargem Grande, Edson Sbardelini disse que seu pedido de exoneração do cargo tem mais a ver com sua vida particular. “É um ciclo que se fecha. Estou desde 2000 na prefeitura, sempre ocupando cargo de confiança. Aprendi muito, colaborei com vários projetos e programas, dei minha contribuição”, falou.
Ele entrou na administração municipal a pedido do então prefeito Celso Ribeiro, ocupando o cargo de chefe de Gabinete. Depois trabalhou com Amarildo, sendo superintendente do SAE durante alguns anos e depois assumindo o departamento do Meio Ambiente.
Homem de confiança dos dois prefeitos, Edson comentou sobre sua passagem pelo departamento ambiental, falando da melhoria da pontuação do município que passou a ter uma das suas melhores classificações no ranking do Programa Município Verde Azul (PMVA), pontuando também no programa Município Agro da secretaria da Agricultura do Estado.
Falou da participação do seu departamento junto ao Consórcio Intermunicipal CEMMIL para o Desenvolvimento Sustentável com mais cinco municípios – Mogi Guaçu, Aguaí, Espírito Santo do Pinhal, Mococa, São José do Rio Pardo e Vargem Grande do Sul, uma iniciativa para gestão conjunta dos resíduos sólidos urbanos da cidade.
Comentou sobre os vários programas implantados quando no departamento também trabalhava o assessor Antônio Marcos Ayres da Cunha Santos, que deixou o cargo no início deste ano. “O município plantou mais de 4.500 árvores, visando a recuperação ambiental, tanto nas imediações do Açude Brasinha, como também nas duas avenidas ao longo do Rio Verde, onde foram plantadas cerca de 500 árvores de Jacarandá Mimoso e Pau Ferro”, comentou.
Edson ainda fez comentários sobre o importante processo de recuperação das margens do Rio Verde, onde há um inquérito civil instaurado pelos promotores do GAEMA de Ribeirão Preto visando buscar soluções com os proprietários das terras onde passa o rio, para recuperação da sua mata ciliar.
Sobre sua passagem pelo departamento do Meio Ambiente, afirmou que foram três anos de muito aprendizado, elogiou o companheirismo que encontrou não só no seu departamento, mas também com outros da prefeitura. “Dado a própria dimensão do departamento do Meio Ambiente, cuja estrutura era pequena, sempre dependemos de outros parceiros, e eles nunca nos deixaram na mão”, afirmou. Também elogiou a atuação da advogada Maria Isabel Garcez, assessora do Meio Ambiente, única que continua trabalhando no local.
Edson comentou que desde fevereiro já vinha sinalizando ao prefeito Amarildo que não ia mais permanecer no cargo, mas acabou ficando até o final de maio. “Foi muito bom trabalhar com Amarildo. Sempre tivemos um bom relacionamento desde que ele era diretor financeiro do Celso Ribeiro e eu chefe de Gabinete. Trabalhávamos juntos, fortalecendo nossa amizade e confiança. É um excelente gestor público”, afirmou Edson.
Prefeitura não responde
Mais uma vez o jornal enviou perguntas à Assessoria de Comunicação da prefeitura municipal indagando que tomou conhecimento que o diretor do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente Edson Sbardelini pediu desligamento do cargo e gostaria de saber como o prefeito Amarildo analisava sua saída e se já tinha alguém para substituí-lo.
Também enviou novamente várias questões envolvendo a falta de pessoas e estrutura no Departamento de Agricultura e Meio Ambiente para que o chefe do Executivo as respondesse, mas até o fechamento da presente edição, não houve nenhum retorno por parte do prefeito ou do seu órgão responsável para informar a população vargengrandense.
Dentre as questões formuladas desde o início de maio, estavam:
1- Quantas pessoas estão lotadas no departamento no atual momento?
2- Segundo apurou o jornal, desde o início deste ano, o assessor técnico Antônio Marcos Ayres da Cunha Santos, que vinha contribuindo com vários projetos no departamento, principalmente os ligados ao Programa Município Verde Azul deixou o cargo, há projeto para substituí-lo?
3- Sem a presença do técnico, como ficam os projetos que estavam sendo conduzidos por ele?
4- Pode informar quais eram estes projetos e a importância dos mesmos para o município?
5- Quais são os projetos do Departamento para este ano?
6- Como fica a questão envolvendo os proprietários de terras que margeiam o Rio Verde e o Córrego Ribeirão Preto da Forquilha, no tocante à recuperação da mata ciliar destes dois importantes fornecedores da água que abastece o município?
7- Como a administração municipal pretende resolver a questão da falta de engenheiro agrônomo no departamento ou na Casa da Agricultura?
9- Qual a verba destinada este ano para o Departamento do Meio Ambiente e quais os projetos que seriam beneficiados?
10- Como fica o projeto da recuperação das nascentes dos rios acima citados?